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Segundo ele, deve-se ter bastante critério na indicação e estratégia do uso de acordo com o que se pretende, ou seja, minimizar as forças de um braço de alavanca ou estimular simplesmente os mecanorreceptores a fim de ativar o sistema proprioceptivo. "Dentro de uma proposta de tratamento tem um excelente resultado em potencializar ou inibir algum músculo que esteja inadequado às suas funções, desativação de trigger points, mas uma função muito boa no aspecto da prevenção, onde a avaliação é sempre subjetiva, mas com resultados interessantes", diz ele.

Não há evidências científicas quanto ao uso destas bandagens, sendo sempre discutido o efeito placebo, mas não que aja exclusivamente no lado psicológico da questão. Como é um estímulo tegumentar, há mecanorreceptores na pele que estimulam o circuito sensório-motor e os atletas sentem mais confiança com o uso das mesmas.

"Recentemente saiu um estudo a respeito do aumento da venda destas bandas adesivas em 500%, que estaria mais vinculado à confiança do que realmente à propriedade terapêutica. Estudamos bastante estas técnicas e acreditamos que a indicação precisa é que faz torná-la mais eficiente, mas, como tem se usado de forma muito generalizada, há realmente um efeito placebo, mas entendendo que para um atleta a confiança faz parte do contexto, e a segurança de repetir um gesto esportivo após uma lesão gera melhores resultados. Faltam evidências para comprovar a técnica e estamos realizando alguns estudos que mostram mais claramente sua eficácia, assim como mostram também que há casos sem nenhum resultado justificável. Há um efeito terapêutico da aplicação das bandagens, mas não se conhece o efeito, não é totalmente claro", explica Maurício.

Não há contraindicações absolutas, e sim uma aplicação indevida, mas, como é um material que será aplicado sobre a pele, pode ocorrer algum efeito hipoalérgico que contraindique o uso.

O fisioterapeuta explica que essas bandagens não são emplastros com medicamentos, e sim uma estratégia de estímulo sensorial, e que o ideal é fazer uso de bandagens oficiais adequadas, e na dúvida do benefício é melhor não aplicar. "Existe um 'modismo' com o uso da Kinesio Taping através das cores ou propostas que fogem do método que trazem muito questionamento sobre o uso dessas bandagens, mas tenho certeza de que esses aventureiros vão ser desencorajados, pois as respostas e os estudos metodologicamente adequados trarão credibilidade ao método", finaliza ele.

 

 

Maurício Garcia (Coordenador do Setor de Fisioterapia do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte e Fisioterapeuta do Centro de Traumatologia).

Portal: www.institutocohen.com.br

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