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Em relação ao tratamento, qual é o mais convencional e o que há de mais recente?

O tratamento com intenção de curar o câncer de próstata pode ser feito basicamente por duas maneiras, a saber, cirurgia ou radioterapia. A cirurgia é um dos métodos mais empregados e consiste na retirada completa da próstata junto com as vesículas seminais. A cirurgia pode ser feita pela via tradicional com um pequeno corte abaixo da cicatriz umbilical ou através da laparoscopia convencional ou com o auxílio da cirurgia robótica; nesses dois últimos casos a cirurgia é realizada através de cinco orifícios no abdômen, e através do alargamento de um desses orifícios é removido o órgão no final do procedimento.

A cirurgia pela via robótica está associada a menor tempo de internação, de sangramento e de dor pós-operatória. Em relação às complicações da cirurgia, parece não haver diferença entre os três métodos de cirurgia em relação à chance de incontinência urinária ou disfunção erétil no pós-operatório. A cirurgia robótica tem se mostrado tão eficaz quanto a cirurgia aberta em relação à chance de curar o câncer. Porém, o conceito mais aceito atualmente é que o mais importante para reduzir a chance de complicações e aumentar a eficácia do tratamento cirúrgico está mais relacionado à habilidade do cirurgião do que com o tipo de técnica adotada, seja pela via aberta, laparoscópica ou robótica.

A radioterapia cura o câncer de próstata através da emissão de onda invisível de radiação que é direcionada à próstata. Ela pode ser feita por radioterapia externa, em que a radiação é gerada por um equipamento ao qual o paciente é posicionado junto, ou através de braquiterapia, na qual sementes radioativas são implantadas diretamente na próstata através de punções feitas na pele do períneo com o paciente sob anestesia. As duas opções são capazes de curar o câncer de próstata e podem apresentar as mesmas complicações da cirurgia.

Novas terapias focais que visam apenas a destruição do tumor sem remover a próstata, como a crioterapia e o HIFU, destroem o tumor respectivamente pelo frio ou pelo calor, e têm a vantagem de reduzir a taxa de complicações. Porém ainda são consideradas técnicas experimentais em alguns países, pois inexistem resultados seguros a longo prazo sobre este tipo de tratamento. Novos estudos com maior tempo de acompanhamento são necessários antes que possamos dizer com certeza que as terapias focais têm eficácia semelhante ao obtido com a cirurgia e a radioterapia.

Alguns tumores com características menos agressivas, especialmente em indivíduos idosos, podem ser apenas acompanhados, não havendo necessidade de tratamento. Existem, porém, controvérsias sobre qual seria o paciente que estaria apto a fazer apenas este seguimento, sendo sempre necessária a avaliação de um urologista para a tomada de decisão sobre a necessidade, ou não, do tratamento.

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