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Os pesquisadores avaliaram cerca de 11.500 mulheres alemãs que tinham ficado grávidas pelo menos uma vez e que faziam parte de um grande estudo europeu de análise do impacto do estilo de vida na frequência de doenças, especialmente o câncer. Uma em cada quatro mulheres (25%) já havia apresentado pelo menos um aborto espontâneo, quase uma em cada cinco mulheres (18%) tinha o histórico de pelo menos um aborto provocado e cerca de 2% já tiveram um filho natimorto.

Após um seguimento médio de dez anos, 82 mulheres tiveram um ataque do coração e 112 um derrame cerebral. As mulheres com história de pelo menos um episódio de aborto espontâneo apresentavam um risco de ataque do coração 3,5 vezes maior. Naquelas que tiveram três ou mais episódios (0,2%), o risco chegou a ser nove vezes maior, e após ajuste de vários outros fatores, como peso, tabagismo e consumo de álcool, o risco ainda se manteve cinco vezes maior.

E qual será a explicação para essa relação entre aborto espontâneo e risco vascular? Fatores da saúde da mulher que podem levar a um aborto espontâneo podem ser os mesmos que aumentam o risco de um ataque do coração. Entre esses fatores podemos citar a hipertensão arterial, diabetes, alterações da coagulação e níveis de inflamação no sangue. Outra forma de explicar essa associação é o maior risco de infecções durante o processo de aborto, que pode levar a uma maior chance de fenômenos vasculares na mãe.

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