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Um estudo feito ao longo de cinco anos e divulgado na segunda-feira (5) no American Heart Association, um dos mais importantes congressos de cardiologia do mundo, que está acontecendo nos Estados Unidos, indica que a cirurgia para colocação de pontes (safena, mamária e radial) tende a ser uma melhor opção para pacientes diabéticos se comparada à angioplastia para implante de stent – tubo perfurado que facilita a circulação sanguínea do local. A pesquisa foi feita com 1,9 mil pacientes e comprovou que, mesmo a angioplastia sendo menos invasiva e agressiva, a longo prazo a opção cirúrgica apresenta melhores resultados.
Foi constatado com o estudo que a mortalidade entre os pacientes submetidos à angioplastia alcançou 16% – 5 pontos percentuais a mais do que a taxa de pacientes diabéticos que morreram após passar por cirurgia (11%). Além disso, a morte por motivos cardíacos para os submetidos à angioplastia chegou a 11%, contra 7% para os operados. A necessidade de novas intervenções também foi menor para os submetidos à cirurgia: 5% contra 13% para os que receberam o stent.
No total, participaram do estudo 140 centros cardiológicos de todo o mundo, entre eles o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A pesquisa foi publicada na revista New England Journal of Medicine.
Para o cardiologista Whady Hueb, coordenador da pesquisa no InCor, o estudo ajuda a dissipar as dúvidas sobre o resultado dos procedimentos em diabéticos. Ele lembra que a doença altera a resposta dos pacientes aos tratamentos.
A partir do estudo, o diretor de Cardiologia do InCor, Roberto Kalil, acredita que os médicos tenham mais elementos para recomendar a cirurgia no tratamento da obstrução de artérias em diabéticos. "A posição do médico vai ser mais contundente, com mais dados", ressaltou em entrevista à Agência Brasil. "A cirurgia é mais traumática, mas a longo prazo é muito melhor", completou. Porém, ele ponderou que em casos menos complexos alguns pacientes diabéticos deverão optar pelo stent medicamentoso, por ser um procedimento menos invasivo.
Fonte: Agência Brasil
Foi inaugurada em São Paulo na semana passada a exposição Vias do Coração, uma mostra interativa na qual os presentes podem escutar as batidas de um coração em formato gigante e ainda saber o quanto ele pode bater quando você estiver comemorando o gol do seu time.
A exposição acontece na Estação Ciência, ao lado da Estação Lapa, e faz parte do Programa Ciência Móvel - Vida e Saúde para Todos, um museu de ciências itinerante. Ela foi criada em 2008 e desde então já foi visitada por mais de 45 mil pessoas.
A exposição, que já passou por outras cidades, começa no coração gigante, com cerca de 2,5 metros de altura. Ao lado há um painel que informa sobre a sua estrutura e o seu funcionamento e também botões que podem ser apertados pelos visitantes e que vão lhes mostrar quantas vezes o coração bate, por exemplo, quando se leva um susto ou quando se termina uma corrida da São Silvestre. "A exposição tem esse propósito de fazer uma troca com as pessoas, de fazer com que elas participem. O visitante informa-se e também aprende como deve agir para começar a tratar melhor seu coração", falou Cristina Moscardi, coordenadora executiva da mostra.
Depois de passar pelo coração, a exposição tem diversos outros espaços, onde o visitante poderá aprender sobre o funcionamento do sistema circulatório e conhecer os principais elementos constituintes do sangue. A prevenção de doenças cardiovasculares e a diabetes também são assuntos discutidos na mostra. Na Estação Diabetes, por exemplo, há um modelo interativo mostrando o impacto da doença no corpo humano e um prato gigante, criado pelo escultor Gil Verx, com o objetivo de orientar os visitantes a compor refeições saudáveis e equilibradas.
A exposição Vias do Coração é uma parceria entre o Museu da Vida, a Casa de Oswaldo Cruz, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e uma empresa do ramo farmacêutico. Para os interessados, ela vai até o dia 31 de março do ano que vem. Mais informações podem ser encontradas em http://www.eciencia.usp.br/.
Fonte: Agência Brasil
O Cartão Nacional de Saúde, instrumento que possibilita a vinculação dos procedimentos executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) aos usuários, ao profissional que os realizou e à unidade de saúde onde foram realizados, está sendo emitido pelos planos de saúde desde a última terça-feira (6).
Segundo o Ministério da Saúde, o processo será feito de forma gradativa, por meio de uma nova ferramenta: uma senha que garante às operadoras de planos verificarem se o cliente já é portador ou não de um número de cadastro no SUS. "Esse sistema vai evitar inscrições em duplicidade", explica o ministro da pasta, Alexandre Padilha.
Inicialmente, as operadoras ficaram encarregadas de inscrever o Cartão SUS de clientes que já tinham o cadastro. Na próxima etapa, que deverá ser concluída até o dia 6 de junho do próximo ano, deverá ser feito o registro daqueles que ainda não o têm, informando o número do CNS a cada um dos novos cadastrados.
A medida é um passo importante para permitir o ressarcimento dos planos de saúde ao SUS em decorrência de atendimentos realizados na rede pública, já que, por meio do número do cartão, será possível identificar se o paciente tem plano de saúde. Para o ministro Padilha, a medida também é de interesse das operadoras, pois elas terão acesso a resultados de exames feitos no sistema público de saúde.
As empresas que não cumprirem os prazos para a implantação do novo sistema estarão sujeitas a punições impostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Com isso, pretende-se aumentar a arrecadação de ressarcimentos pela rede pública, que passou de R$ 20 milhões em 2010 para R$ 88,2 milhões no ano seguinte.
Fonte: Ministério da Saúde
Uma pesquisa realizada no Instituto Butantan em São Paulo revelou que uma toxina encontrada no veneno da cobra da espécie cascavel denominada crotamina mostrou-se eficaz no tratamento de células cancerígenas.
O estudo inédito, desenvolvido desde 2004, foi feito em camundongos com câncer de pele e aumentou em até 70% a sobrevida do animal. A toxina, além de atrasar o desenvolvimento do tumor, chegou em alguns casos a inibir também o seu crescimento.
De acordo com a coordenadora do projeto, a geneticista Irina Kerkis, a crotamina é vantajosa quando comparada a outras drogas pelo fato de não apresentar os mesmos efeitos colaterais. "A crotamina é solúvel em diferentes solventes e não produz reação alérgica ou interfere na imunidade", analisa.
Outra vantagem do uso da crotamina, segundo a pesquisadora, é que a toxina mata apenas as células cancerígenas, não interagindo com células consideradas normais. "Ela marca as células cancerosas, por isso pode ser utilizada para descobrir quais as células afetadas", completa.
Já patenteada no Brasil, a substância passará a ser testada em seres humanos só agora. Antes disso, ainda há uma tentativa dos pesquisadores em obtê-la na forma sintética. "A partir daí, podemos começar os testes clínicos se todos os resultados forem positivos. Podemos ter medicamento para melanoma ou outros tipos de câncer em até cinco anos", prevê Kerkis.
Fonte: Agência Brasil
Um estudo publicado pela Biological Psychiatry, feito por pesquisadores da Universidade de Aberdeen (Grã-Bretanha), mostrou um novo modelo de testes de olhar que teve 98% de precisão em distinguir pessoas com e sem esquizofrenia.
De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode agilizar o diagnóstico da doença. Eles agora investigam se isso pode servir para que, identificado o mal, o tratamento dos sintomas seja feito com mais rapidez.
O estudo foi liderado pelos professores Philip Benson e David St Clair, que explicam que pesquisas prévias já indicavam a relação entre esquizofrenia e alterações no movimento dos olhos.
A pesquisa usou diversos testes do olhar. Em um deles, os pesquisadores pediam que os voluntários acompanhassem com os olhos objetos que se moviam lentamente; em outro, que observassem uma variedade de cenas do dia a dia e ainda que mantivessem um olhar fixo sobre um alvo parado.
"As pessoas com esquizofrenia têm déficits já bem documentados na habilidade de acompanhar com os olhos objetos em movimento lento", explica Benson, em comunicado da universidade. "Seu movimento dos olhos tende a não acompanhar o objeto a princípio, e depois fazê-lo usando movimentos rápidos dos olhos."
O teste em que os voluntários observaram cenas do dia a dia mostrou que "portadores de esquizofrenia têm um padrão anormal (de observação)", diz ele. No último teste, de fixar-se em um objeto parado, esses portadores "têm dificuldades em manter um olhar fixo".
A equipe de Benson e St Clair realizou seu estudo com 88 pacientes diagnosticados com esquizofrenia e 88 pessoas em um grupo de controle.
Diagnóstico clínico - Para Benson, "sabe-se há mais de cem anos que indivíduos com doenças psicóticas têm diversas anormalidades no movimento dos olhos. Mas, até a realização do nosso estudo, usando uma nova bateria de testes, ninguém pensou que essas anormalidades eram sensíveis o bastante para serem usadas como forma de diagnóstico clínico".
De acordo com St Clair, atualmente, o diagnóstico da esquizofrenia é feito com a análise de sintomas e de comportamento, na ausência de exames de sangue ou de tomografias para isso. "Se você tem sintomas de distúrbios, o diagnóstico é fácil. Mas há muitos pacientes (cujo diagnóstico) não é tão simples", agrega. "É (um procedimento) caro, que consome tempo e requer indivíduos altamente treinados. Em comparação, esses testes de olhar são simples, baratos e podem ser feitos em questão de minutos."
Segundo ele, isso significa que um modelo semelhante ao usado no estudo poderia ser aplicado em hospitais e clínicas. "O próximo passo é descobrir quando essas anormalidades são passíveis de serem detectadas pela primeira vez e se isso pode ser usado como ponto de referência para estudos de como intervir na doença."
No Brasil, associações ligadas ao tratamento estimam que a doença atinja 0,7% da população, o que pode equivaler a 1,2 milhão de pessoas.
Fonte: BBC
