Dicas básicas

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Problemas de sono interferem na qualidade de vida e estão entre as principais causas de baixa produtividade. Dentre eles, a insônia é o principal e caracteriza-se por uma dificuldade para iniciar ou manter o sono, desde que existam condições ideais para dormir.

Fatores externos, como excesso de ruídos, de iluminação, muito calor ou muito frio, podem causar a insônia. Fatores psicológicos também podem comprometer o sono, como preocupação e estresse. Má alimentação, consumo de álcool e/ou café antes de dormir e excesso de peso também atrapalham o sono. Além disso, uma série de doenças clínicas (relacionadas à tireoide, ao coração, pulmão) mas principalmente as neuropsiquiátricas podem levar à insônia (ansiedade, depressão, doenças neurológicas).

A insônia pode causar sonolência excessiva diurna, mau humor, fadiga, falta de atenção, dificuldade para retenção de informações novas, queda de produtividade, entre outros. Outro problema menos conhecido e relacionado à insônia seria o de alterar o sistema imunológico, pois a privação de sono pode interferir na resposta de um indivíduo de formar anticorpos após a aplicação de uma vacina.

Ela passa a ser um problema mais sério quando há impacto significativo nas atividades de vida diária, interferindo no funcionamento do indivíduo, alterando o seu humor e levando à sonolência excessiva diurna.

Ela ocorre mais em mulheres e tende a piorar com a idade, sendo muito comum após os 50 anos.


Existem dois tipos de insônia: a insônia inicial é a dificuldade para iniciar o sono e a insônia de manutenção é a dificuldade para mantê-lo. O que diferencia qualquer insônia de uma "dificuldade" para dormir é o fato de a insônia levar a um comprometimento funcional, prejudicando as atividades de vida diária do indivíduo.


Para tratar a insônia, é importante primeiro seguir as seguintes dicas, conhecidas como "higiene do sono":

- criar uma rotina para dormir

- controlar som, luz, temperatura, cama, travesseiro

- evitar café ou bebidas com cafeína 4 a 6 horas antes de deitar

- evitar exercícios físicos intensos antes de deitar

- usar a cama apenas para dormir

- procurar um médico quando as medidas comportamentais não estiverem funcionando.

A seguir, em persistindo a insônia, é importante procurar um médico especialista. Existem diversas medicações que podem ser prescritas, com cautela, para auxiliar no sono.

 

Dr. André Felicio, neurologista, doutor em ciências pela UNIFESP, membro da Academia Brasileira de Neurologia, pós-doutor pela University of British Columbia, no Canadá, e médico pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein (CRM 109665)

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O calor voltou com força total e o carnaval promete ser bem quente, por isso, é importante prestar atenção na hidratação.

Como todos sabem, no verão é preciso aumentar a ingestão de líquidos, já que nesse período o organismo perde mais água e sais minerais através do suor. A nutricionista Márcia Loureiro explica que o suor funciona como controlador da temperatura corporal. Suando, o nosso corpo se livra do excesso de calor produzido pelo metabolismo ou pelo esforço muscular. Quando fazemos algum esforço físico, a atividade muscular faz com que se produza muito calor e a temperatura do corpo aumente. Então, por meio do suor, o corpo consegue se resfriar, reduzindo a temperatura, contribuindo para a manutenção da temperatura corporal.


É importante durante o verão aumentar o cuidado com a hidratação e a diminuição do sal, pois o excesso provoca retenção de líquidos. Durante o verão é interessante comer muitas frutas e também verduras, pois perdemos muitos sais minerais e esses alimentos são ricos nestes nutrientes. "Quanto mais água bebermos, mais o nosso sangue circulará e ficará diluído, facilitando o trabalho dos rins na hora de excretar nutrientes que não são mais necessários em nosso organismo", diz ela.


Para hidratar bem o organismo, além da água pode-se ingerir água de coco, chás e sucos naturais. A água de coco é um isotônico natural, rica em vitaminas e minerais como o sódio e o potássio, que ajudam o corpo a funcionar com mais eficiência, fundamental para evitar a desidratação. Mas não deve ser substituída totalmente pela água natural. "Vale salientar que a água de coco não deve ser consumida em excesso por pessoas portadoras de problemas renais, diabetes e hipertensos, pois a ingestão em demasia fornece muito sódio e glicose ao organismo", diz ela.

A ingestão de sucos naturais também é aconselhada. Em um copo de suco de fruta você pode obter várias vitaminas e minerais importantes para hidratação e bom funcionamento do seu organismo, nutrientes que desempenham funções necessárias ao seu corpo. Ao contrário dos sucos industrializados, pois esses, além de perderem vários nutrientes, são ricos em conservantes e corantes.

Também é aconselhado preparar sucos naturais misturando frutas com verduras ou legumes. Eles aumentam a defesa do organismo. Os sucos naturais devem ser consumidos no máximo 30 minutos depois de serem preparados, para um melhor aproveitamento das propriedades nutricionais. As vitaminas hidrossolúveis (C e complexo B) das frutas se perdem no ar e por isso o suco precisa ser preparado próximo ao momento de beber.

E quanto de água devemos tomar por dia? Os especialistas recomendam 2 litros ao dia, mas tudo depende da quantidade de água que você perde ao dia e varia de organismo para organismo. A dica é beber o suficiente para a urina sair clara. O ideal é não esperar sentir sede, já que a sensação é um sinal de desidratação.

A nutricionista explica que devemos consumir frutas, verduras, legumes, folhas verdes, cereais integrais, pães integrais, carnes magras, queijos menos gordurosos, sobremesas à base de frutas e muitos líquidos. E devemos evitar alimentos gordurosos (carnes gordas, queijos gordurosos, molhos à base de creme de leite, maionese). Para as carnes, escolha molhos mais suaves. Em vez de usar aqueles com creme de leite ou queijo, prefira um molho de laranja, de ervas ou um vinagrete, pois o excesso de gordura e condimentos fortes no verão pode provocar mal-estar. Nesse período o nosso organismo fica mais sensível. Deve-se também evitar frituras e controlar as bebidas alcoólicas, pois as bebidas alcoólicas desidratam nosso organismo.

Outra dica da nutricionista é diminuir o sal da refeição, pois o excesso de sal provoca retenção de líquidos. "Refeições como churrasco, feijoada e os famosos petiscos dos bares, como o camarão e o pastel, que são mais consumidos durante as férias de verão, são bastante nocivas aos rins, já que têm excesso tanto de sal como de proteínas. O sódio contido no sal impede a absorção de cálcio pelo organismo. Como é desse mineral que são formados 70% dos cálculos renais, a ingestão de sódio contribui muito para a formação dos cálculos", diz ela.

Márcia também aconselha fracionar as refeições diárias, isto é, comer mais vezes, em menor quantidade.

 

 

Márcia Loureiro é nutricionista formada na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC). Realiza atendimento em consultório clínico, com atuação voltada para o processo de reeducação alimentar, por meio do qual os pacientes aprendem a se alimentar de forma equilibrada e fracionada. CRN: 8.996

www.lifeclinicacampinas.wordpress.com

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A Sociedade Brasileira de Diabetes selecionou 7 práticas básicas para que as pessoas com diabetes não se sintam excluídas de uma das maiores festividades nacionais por conta de alguns empecilhos à sua rotina. Se você é diabético ou tem algum amigo ou familiar diabético, fique atento a essas dicas e curta o carnaval com saúde


Confira:

Glicose

Certifique-se de que o controle de sua glicose está bom e qualquer outra condição de sua saúde que possa comprometer o seu bem-estar.

Medicamentos

Verifique se seus medicamentos estão na quantidade necessária para o período de Carnaval.

Alimentação

Viajando ou permanecendo em casa, tenha os alimentos necessários para manter uma alimentação saudável.

Mantenha as refeições nos horários habituais e, se isso não for possível, tenha sempre disponível um lanche que lhe permita aguardar a próxima refeição.

Roupas

Use roupas leves, como as de algodão, que não retêm a transpiração e são mais adequadas para as temperaturas elevadas.

Hidratação

Beba de 2 a 3 litros de líquidos ao longo do dia, preferivelmente água. Caso ingerir sucos, lembre-se de diluí-los em água e de contabilizar as frutas na sua cota diária conforme orientação do nutricionista.

Bebida alcoólica

Cheque com seu médico se seu controle atual do diabetes permite a ingestão alcoólica. Se consumir, faça em pequena quantidade.

Calçado

Lesões de pé são frequentes no Carnaval e é sempre bom prevenir. Use um calçado adequado e não ande descalço.

Cartão do paciente diabético

Para poder curtir tranquilamente o Carnaval, ande sempre com o seu cartão de identificação devidamente preenchido. Ele é útil em situações inesperadas, como nos casos de acidentes e hipoglicemias, em que a perda da consciência pode ocorrer em locais públicos.

Faça o download aqui: http://www.diabetes.org.br/folia-com-saude/

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A má circulação nas pernas é um problema bastante comum em homens e mulheres, mas que ainda é pouco difundido pela população. No entanto, antes de discutir a ocorrência como um todo, é necessário diferenciar se ela é de origem arterial ou venosa, o que muitas vezes muda a forma de tratamento e os seus sintomas.

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A hepatite A é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus constituído por RNA, da família Picornavírus, que produz inflamação e necrose, geralmente reversível, do fígado.

A transmissão é orofecal, isto é, de uma pessoa para outra, por água e alimentos contaminados com fezes contendo o vírus. O período de incubação é de cerca de 1 mês e os sintomas, quando surgem, instalam-se entre 15 e 50 dias após a infecção.

E você sabe por que ela é mais comum no verão?

O hepatologista Dr. Alberto Queiroz Farias explica que, nesse período, os hábitos cotidianos mudam durante as viagens de lazer. Coincide também com a habitual falta de água potável em muitas cidades de todo o país, principalmente onde há aglomeração de pessoas, como no litoral. "Nessa época, o consumo de alimentos fora dos padrões de higiene é mais frequente, gerando-se a sequência de eventos que favorece a disseminação do vírus da hepatite A", diz ele.

As crianças são o grupo mais vulnerável e geralmente se entra em contato com o vírus nessa fase da vida. Pessoas que cuidam de doentes ou estão em contato próximo com doentes, pessoas que vivem em grupos fechados (aquartelados, detentos etc.) tendem a adquirir a infecção mais facilmente se não houver cuidados de higiene apropriados. Um fator comum a todas essas situações é o saneamento básico deficiente e a falta de cuidados de higiene. Dentre os comportamentos de risco, destaca-se também a ingestão de alimentos crus, principalmente frutos do mar, o que explica também o porquê dela ser mais comum no verão, época em que as pessoas costumam ir para as praias e consumir mais frutos do mar.


Na maioria dos casos, o paciente é assintomático ou apresenta sintomas inespecíficos que podem facilmente ser confundidos com alguma virose. Apesar de não apresentar sintomas, ele transmite o vírus para outras pessoas sem saber que está doente. Uma pequena parte dos pacientes infectados desenvolve os sintomas típicos. As manifestações mais comuns são o surgimento de coloração amarelada da pele, olhos e mucosas, febre, dor abdominal, enjoo, inapetência, vômitos e escurecimento da urina. Podem ocorrer dores nas articulações, fadiga intensa e diarreia. Os sintomas costumam ser mais intensos e prolongados em adultos. Embora a maior parte dos pacientes se recupere após algumas semanas, em 1% dos casos pode haver evolução para a denominada hepatite aguda grave (hepatite fulminante). "Quando ocorre essa complicação, a mortalidade, que geralmente é muito baixa, ultrapassa 80%, salvo se um transplante hepático de urgência for realizado", explica Dr. Alberto.


O diagnóstico é definido a partir dos sintomas e confirmado pela realização de exame de sangue que visa detectar a presença de anticorpos contra o vírus no sangue. Os anticorpos da classe IgM são indicativos da fase aguda da doença e a sua presença, em pacientes com quadro clínico compatível, geralmente é suficiente para estabelecer o diagnóstico. Já os anticorpos da classe IgG indicam que o paciente já teve hepatite A e foi curado, indicando que há imunidade contra o vírus. Raramente é necessário pesquisar o vírus diretamente nas fezes como recurso diagnóstico. Diferente de várias outras doenças do fígado, geralmente não é necessário fazer a biópsia do fígado para diagnosticar hepatite A. Não se recomenda que o diagnóstico seja estabelecido somente com base no quadro clínico, sem a devida confirmação laboratorial. Várias doenças hepáticas sérias e com alto potencial de evolução e complicações podem ser confundidas com a hepatite A, com consequências desastrosas.


A hepatite A geralmente se cura espontaneamente na imensa maioria dos casos. Nunca se torna crônica, pois o sistema imunológico se encarrega de eliminar o vírus. Não há tratamento específico nem tratamento antiviral. "Apesar de não haver fortes bases científicas, costuma-se recomendar repouso para atenuar a sensação de fadiga. Repouso não significa que se permaneça restrito na cama, mas sim que devem ser evitados grandes esforços físicos", diz o hepatologista.

A alimentação pobre em gorduras é preferida pelos pacientes porque é mais facilmente digerida e mais bem tolerada na fase aguda da doença. O uso de medicamentos por conta própria e o consumo de álcool estão absolutamente contraindicados e devem ser fortemente desencorajados porque o fígado doente perde a capacidade de metabolizar várias substâncias. Nas formas prolongadas de hepatite A, os corticosteroides podem ser utilizados em casos selecionados. A complicação mais temida é o surgimento da hepatite fulminante, que requer tratamento em unidade de terapia intensiva, sob a supervisão de um hepatologista, e geralmente transplante hepático de urgência.

No passado, recomendava-se uma alimentação rica em carboidratos (doces), mas essa prática foi abandonada pela falta de benefícios comprovados e pela falta de evidências científicas de que tenha alguma utilidade. Apesar de não se recomendar qualquer dieta especial, a alimentação deve ser equilibrada como em qualquer ocasião. Quando há vômitos frequentes, o consumo de líquidos não alcoólicos deve ser encorajado para evitar a desidratação, mas alguns pacientes irão necessitar de tratamento hospitalar.


Segundo o hepatologista, a doença pode ser prevenida. O principal cuidado é evitar o contato com água contaminada e evitar comer alimentos que não foram lavados adequadamente ou malcozidos, principalmente frutos do mar. Os mariscos e as ostras são fontes importantes de transmissão se não forem preparados adequadamente ou ingeridos crus.

Deve-se evitar o consumo de água e alimentos cuja procedência é desconhecida ou que possam ter sido preparados em condições ruins de higiene. Não se pode esquecer que a lavagem das mãos com água e sabão, principalmente após usar o sanitário, é importante para reduzir o contágio de pessoa para pessoa e que o ensino de boas práticas de higiene é fundamental para deter o avanço da doença.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde disponibiliza uma vacina específica contra o vírus causador da hepatite A, mas essa vacina só é disponibilizada pelo Ministério da Saúde em situações especiais, como em pessoas com outras doenças crônicas no fígado ou que fizeram transplante. Entretanto, a vacina está largamente disponível em clínicas de imunização para quem deseja se proteger e deve ser tomada em duas doses, com intervalo de seis meses entre uma e outra.

 

 

Dr. Alberto Queiroz Farias é hepatologista e professor-Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Livre-docente em Gastroenterologia e Hepatologia pela USP.

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