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A equipe do Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) do Instituto de Biociências (IB) da USP, liderada por Maria Rita-Passos Bueno e Mayana Zatz, está testando diferentes fontes de células-tronco retiradas do próprio organismo capazes de acelerar a reconstrução de ossos. A técnica pretende aumentar a eficiência no tratamento de doenças de difícil regeneração, como a osteosporose, que causa a perda da massa óssea e, com isso, aumenta a fragilidade dos ossos e o risco de fraturas.
De acordo com a pesquisadora Mayana Zatz, “o intuito da pesquisa é utilizar células tronco para acelerar a reconstrução de ossos que sofreram alguma fratura ou má-formação, como ocorre com bebês que nascem com alterações craniofaciais”, afirma.
O estudo intitulado Perspectiva de um futuro tratamento para osteoporose ou outras doenças ósseas com base em células tronco foi desenvolvido pelas pesquisadoras do Centro do Genoma da USP Tatiana Jazedje da Costa Silva e Daniela Franco Bueno, e recebeu o Prêmio Saúde, da Editora Abril, na categoria Saúde da Mulher, em 2010.
Variedade de Células-tronco
Durante o desenvolvimento do estudo foram colhidas amostras de células-tronco provenientes de diversos tecidos humanos. Num primeiro momento, foram coletadas células-tronco de tecidos extraídos do organismo, como polpa de dente de leite, tecido adiposo — descartado em cirurgias, principalmente em procedimentos de lipoaspiração — e tecido muscular do lábio — descartado em cirurgias corretivas.
Posteriormente, a equipe do CEGH testou o potencial de células-tronco das trompas de falópio — canais que ligam os ovários ao útero — e comprovou a alta concentração deste tipo de célula no órgão feminino. “A vantagem desta descoberta é que como a osteosporose atinge majoritariamente as mulheres idosas, devido às perdas hormonais da menopausa, pode-se agora regenerar osso fraturado com os próprios recursos físicos do paciente”, relata Mayana.
Procedimento
Após retirar as células-tronco do organismo e mensurar seu potencial em regenerar osso, são realizados testes em laboratório (in vitro) para determinar se estas células podem ou não formar tecido ósseo.
Após isso, para comprovar a eficiência do método, comparou-se a evolução na reconstrução óssea de dois grupos distintos de ratos, um com o implante de células-tronco e outro, sem implantes, em condições normais. Por meio deste teste in vivo, constatou-se que os ratos que possuíam a membrana com células-tronco tiveram uma regeneração muito mais acelerada do osso fraturado, do que os ratos que não possuíam as células-tronco.
Nos experimentos, além das células-tronco, também foram utilizados moldes que servem como suporte para que as células-tronco se fixem antes de serem aplicadas nos modelos animais e que auxiliam no processo de ossificação. O próximo passo é submeter à aprovação dos órgãos de regulamentação, como o Conselho Nacional de ética em pesquisas (CONEP), para poder iniciar os teste em seres humanos.
Por Marcelo Pellegrini - Agência USP de Notícias
Link de acesso: http://www.usp.br/agen/?p=48937
Normalmente as pessoas só lembram que têm vesícula quando ela dá problema. Localizada na parte inferior do fígado, a vesícula é uma espécie de bolsa com cerca de oito centímetros. A principal função é armazenar a bile, líquido que trabalha na digestão dos alimentos. O problema surge quando começa a acumular cálcio e colesterol. Com o passar do tempo essas substâncias se unem e formam as pedras. De acordo com a gastroenterologista Luciana Nonino, a pedra na vesícula surge, em geral, entre os 35 e 65 anos de idade e é três vezes mais comum nas mulheres. Luciana explica que a doença apresenta sintomas quando há uma inflamação da vesícula.
"Tem sintomas do que a gente chama de crise colelitíase, quando essa pedrinha tenta sair por algum motivo a pessoa tem uma crise. E o que é essa crise? É uma dor, um aperto no abdômen todo, na parte superior e muitas vezes com irradiação para o ombro ou para as costas, acompanhada de vômito, na grande maioria das vezes após o ingesto de alguma coisa muito gordurosa."
A gastroenterologista, Luciana Nonino, afirma que há duas maneiras de tratar a pedra na vesícula: por meio de medicamentos ou cirurgia. Ela ressalta que apenas o médico pode fazer o diagnóstico correto. A melhor maneira de prevenir o problema é adotar hábitos saudáveis, com uma alimentação balanceada.
Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS110186
Tem muita gente que adora aproveitar ao máximo os cinco dias de carnaval. Correr atrás do trio elétrico, sambar e pular a noite inteira. Mas nem todo mundo lembra de preparar o corpo para folia. Para não estragar a festa com dores e lesões é preciso tomar alguns cuidados simples. O ortopedista do Into, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Leonardo Rocha, explica que os foliões devem manter uma rotina de exercícios leves antes, durante e depois do carnaval. Ele ressalta que os sedentários precisam se apressar para curtir sem problemas.
"Quem não tem o hábito de fazer com regularidade atividade física, iniciar assim de súbito uma atividade física, visando um preparo pro carnaval, já está atrasado. Então o que seria prudente? Que haja um trabalho regular de três vezes pelo menos na semana com uma hora de empenho. Dando uma ênfase maior para parte aeróbica, para o condicionamento aeróbico, visando uma resistência maior do músculo e também o alongamento com preparo prévio tanto da parte dos tendões, dos ligamentos, das articulações como um todo."
Leonardo Rocha destaca que a escolha do calçado também é fundamental para evitar quedas O ideal é usar tênis e sandálias baixas. Ele lembra ainda que é preciso manter uma alimentação saudável e hidratar bastante o corpo.
Reportagem de Juliana Costa - Ministério da Saúde
Link de acesso: http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS110185
Agência FAPESP – Um estudo que será publicado na revista Parasites and Vectors indica um método que usa fungos patogênicos como alternativa para prevenir a proliferação da malária. A proposta é usar esporos flutuantes para matar as larvas dos mosquitos antes que esses possam transmitir a doença.
Há mais de 200 milhões de casos de malária a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, e a doença foi responsável por cerca de 780 mil mortes em todo o mundo em 2009. No Brasil, são cerca de 500 mil casos por ano. A malária é transmitida por mosquitos que procriam em corpos d’água e passam boa parte de seu estágio larval se alimentando de fungos e de outros microrganismos presentes na superfície da água.
O plasmódio, parasita que causa a malária, é transmitido para os humanos junto com a saliva do mosquito (geralmente do gênero Anopheles) durante a picada. No corpo humano, o parasita invade o fígado e atinge as hemácias.
Uma vez infectado, é difícil para o hospedeiro humano se recuperar porque algumas espécies de plasmódio são capazes de permanecer dormentes e evitar as drogas contra a malária. Esses parasitas também estão se tornando resistentes às drogas tomadas para evitar infecções.
De acordo com Tullu Bukhari e colegas do Laboratório de Entomologia da Universiidade Wageningen, na Holanda, um modo alternativo para reduzir o risco de infecção por malária é matar os mosquitos. Fungos, como as espécies M. anisopliae e B. bassiana, causam uma doença conhecida como muscardina nas larvas dos mosquitos, levando à morte dos insetos antes que eles se desenvolvam até o estágio adulto.
Os cientistas empregaram um óleo sintético como base para dispersar esporos fúngicos na superfície da água. Segundo eles, o óleo melhora a dispersão de esporos e o preparo aumenta tanto a persistência como a eficácia dos esporos. Nos testes feitos pelo grupo, no Quênia, houve morte de 50% mais larvas do que com esporos sem óleo e uma redução de 20% nos estágios de desenvolvimento dos mosquitos.
“Esses fungos oferecem um modo eficaz para controlar os mosquitos que transmitem a malária. E tanto os esporos como o óleo oferecem riscos mínimos para os peixes e demais organismos aquáticos e se mostraram ambientalmente seguros”, afirmou Bukhari.
O artigo Development of Metarhizium anisopliae and Beauveria bassiana formulations for control of malaria mosquito larvae, de Tullu Bukhari e outros, poderá ser lido em www.parasitesandvectors.com.
Agência FAPESP
Link de acesso: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13490/metodo-para-controle-da-malaria.htm
Crianças com Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) têm maior dificuldade de resolver conflitos, por isso, não dá para para isolar a doença e transformá-la em um distúrbio meramente linguístico. É mais do que isso, ele gera dificuldades sociais, de interação e de conversação.
Segundo a fonoaudióloga Erica Macêdo de Paula, o DEL é diagnosticável aos cinco anos. “Trata-se de uma dificuldade primária de linguagem em que as crianças têm dificuldade de expressar oralmente o que sentem ou pensam, tornando-se, em alguns casos, agressivas ou retraídas, sendo necessário, o tratamento fonoaudiológico”, descreve Erica
Ela esclarece que “o distúrbio não advém de quaisquer tipos de síndromes, deficiências mentais, psiquiátricas, articulatórias ou auditivas. O diagnóstico começa com a demora na fala, mas apenas se concretiza quando todas as outras hipóteses já se esgotaram.”
Para se ter uma ideia, “crianças com distúrbio apenas fonológico podem trocar os sons quando falam, como é o caso do “p e b”, do “d e t”, mas nos casos de DEL, as trocas são inusitadas e inconsistentes, como, por exemplo, a criança falar cisi quando quer dizer indicar o termo casa. E os sintomas não param por aí. Há trocas de vocabulário, gramaticais e, muitas vezes, dificuldade de compreensão.”
Algo interessante a se considerar diz a fonoaudióloga “é que não existe um padrão de características de crianças com DEL, elas são muito diferentes entre si”.
Dificuldade de resolver conflitos
Em sua pesquisa, Érica contou com o auxílio de um grupo controle de 20 crianças sem o distúrbio, estudantes de duas escolas públicas de São Paulo, e outra turma de 60 crianças com DEL, atendidas no Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Desenvolvimento de Linguagem e suas Alterações, do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Todas as crianças tinham entre 7 e 8 anos. A orientação foi da professora Debora Maria Befi-Lopes. O mestrado foi realizado dentro do programa de ciências da reabilitação e financiado pela CAPES.
Para todas as crianças foram contadas cinco estorinhas, com ajuda de imagens, sobre temas que elas mesmas poderiam vivenciar e em todos os casos, a pergunta final era como você se comportaria.
Um exemplo dados às crianças de uma situação vivenciada, em que elas acabam por se identificar:“Rodrigo quer usar o computador pra jogar seu jogo favorito, mas seu irmão Lucas já está usando. Lucas odeia ser interrompido quando usa o computador. Se você fosse Rodrigo como o que você faria?”
As respostas foram pontuadas em uma escala de 0 a 4, as pontuações mais baixas (0,1 e 2) foram os recursos mais utilizados por crianças com DEL como bater, chorar, xingar, ou se isolar. Algumas vezes, a solução unilateral, nível 2, também foi utilizada. “A criança tenta resolver o conflito usando técnicas de suborno, se você fizer isto, eu faço… ou de chantagem, eu
sempre fui seu amigo…”. Já crianças com desenvolvimento normal de linguagem, além de respostas unilaterais, conseguem também ter uma atitude de maior cooperatividade e interagir em busca de uma solução comum para o problema.
Isolamento e “bullying”
Grande parte das crianças com DEL é impopular porque ficam isoladas, têm dificuldade de interagir e conversar. “No laboratório, por exemplo, há o caso de um menino que foi convidado pela primeira vez para uma festa de aniversário, com quinze anos”.
Porém, o que mais incomoda é que elas são taxadas como burras, porque aparentam ter baixo desenvolvimento intelectual, mas isto não é verdade. São crianças inteligentes, apenas com um distúrbio de linguagem e esta rejeição social, muitas vezes, as tornam acuadas e com baixa auto-estima.
Por Sandra O. Monteiro - Agência USP de Notícias
Link de acesso: http://www.usp.br/agen/?p=48813
