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O que se sente enquanto se sofre uma hemorragia cerebral?

O quadro clínico é dado pela dimensão e topografia exata do sangramento. Cefaleia (dor de cabeça) intensa, vômitos e distúrbio precoce da consciência são frequentes na hemorragia cerebral, e em alguns casos podem exibir sinais de irritação meníngea por extravasamento sanguíneo para o sistema liquórico. Existe evidência de que o volume do sangramento pode ser maior na presença de hipertensão arterial não controlada.

Em função da localização topográfica da hemorragia cerebral, algumas características clínicas podem ser observadas: lesões no putâmen (estrutura localizada no meio do cérebro) - 40 a 50% dos casos - tendem a se estender para a cápsula interna e para o córtex circunjacente (que está em torno), resultando em hemiparesia (paralisia parcial de um lado do corpo), hemi-hipoestesia (diminuição da sensibilidade de uma metade do corpo), alterações do campo visual e da linguagem e síndrome de negligência; as hemorragias lobares (que ocorre em uma área cerebral localizada e superficial) - 20% - sofrem variações na apresentação clínica dependendo da localização do sangramento; lesões talâmicas (que geralmente se deve ao envolvimento de ambos os tálamos, que é uma região do encéfalo) - 15% - podem apresentar-se com hipoestesia, seguida de hemiparesia e das outras alterações descritas, além de desvio conjugado dos olhos para baixo, que não é frequente, porém, quando presente, é muito característico; hemorragias pontinas medianas – 8% – caracterizam-se pela rápida instalação do coma, tetraplegia e alterações grosseiras da movimentação ocular e pupilar, enquanto que hemorragias menores e dimidiadas podem ter quadro menos dramático, essencialmente fraqueza unilateral com nível de consciência preservado; finalmente, hemorragias cerebelares – 8% – apresentam vômitos e ataxia grave, agregando ao quadro, em forma evolutiva, paralisia facial, nistagmo (oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os olhos em algumas ou todas as posições de mirada), distúrbio do olhar conjugado e alterações do nível de consciência, prenunciando evolução grave por comprometimento secundário do tronco cerebral.

 

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Ilustração: Felipe Teixeira

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