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Quais as características da crise?

Ela começa de forma muito súbita. Exemplo: a pessoa vai dormir sem sentir nada e no meio da noite acorda com uma dor no pé. Essa dor, em horas, atinge uma intensidade muito grande. Dentro das doenças reumatológicas, a gota é considerada uma das formas de reumatismo com dor mais intensa.

 

Qual o tratamento disponível hoje?

Antes de definirmos o tratamento, devemos ver em que fase da doença o paciente se encontra. Se ele está em plena crise aguda, o foco é tratá-la, basicamente, com anti-inflamatório. Existem também medicamentos para prevenir as crises, ou pelo menos para diminuir a frequência das mesmas. Como a causa da gota é o excesso do ácido úrico, o tratamento mais definitivo para o controle da doença, naturalmente, é feito com medicamentos que reduzem os seus níveis, quer aumentando a sua eliminação pelos rins, quer diminuindo a sua produção. É importante chamar a atenção para o fato de que só se costuma empregar medicamentos para o controle do ácido úrico depois de terminada a crise aguda.

 

Quais cuidados tomar para que o nível de ácido úrico não aumente?

Algumas atitudes são fundamentais: reduzir a ingestão de alimentos muito calóricos visando uma perda de peso corporal, controlar as quantidades de açúcar, gorduras e sal da dieta e evitar alimentos ricos em ácido úrico, como carnes (branca ou vermelha), miúdos (vísceras) e frutos do mar. O paciente não precisa remover inteiramente esses alimentos do cardápio, mas é preciso controlar o seu consumo. Bebida alcoólica – principalmente a cerveja – também aumenta o ácido úrico no sangue e, portanto, deve ter sua ingestão reduzida, principalmente, nos períodos de crise.

 

Quem tem gota pode praticar exercícios?

O exercício não deve ser feito enquanto a pessoa estiver com dor. Mas, após a crise, o paciente volta ao normal. Os exercícios serão aliados para manter o peso e diminuir a pressão. Não é uma atividade específica para quem tem gota, mas é extremamente importante como uma medida não farmacológica no controle das alterações metabólicas.

 


Dr. Geraldo Castelar é médico reumatologista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e possui doutorado na UNIFESP. É também professor e chefe de serviço de Reumatologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

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