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A confusão começou mesmo quando Zamboni e seus parceiros propuseram que a correção via cateterismo dessas anormalidades do sistema venoso cerebral poderia trazer benefícios na evolução da doença. As redes sociais acenderam o fogo e os pacientes passaram a demandar esse tipo de procedimento, e vários centros ao redor do mundo começaram a disponibilizá-lo, mesmo sem evidências científicas satisfatórias. A Sociedade Europeia de Radiologia Cardiovascular e Intervencionista emitiu um documento neste ano para modular a euforia da nova promessa, declarando que o procedimento ainda é totalmente experimental.

Os periódicos científicos em que os resultados de Zamboni foram publicados são de primeira grandeza, mas mesmo assim ainda não são suficientes para que esse tipo de tratamento seja indicado no mundo real. Pesquisas mais recentes têm colocado em xeque os achados iniciais, mostrando resultados discrepantes daqueles publicados por Zamboni. Essa é uma história que ainda vai render muitos capítulos.

 


Dr. Ricardo Teixeira – CRM/DF 12050 – é doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do blog "ConsCiência no Dia a Dia".

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