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Assim como todas as outras inflamações, as amigdalites podem ser classificadas em dois tipos principais: agudas ou crônicas. A otorrino explica que essa classificação não diz respeito à gravidade do processo, mas apenas à velocidade de instalação. Amigdalite aguda é aquela que se instala rapidamente e amigdalite crônica se instala de forma lenta e insidiosa.

A amigdalite aguda é mais comum que a crônica. É aquela em que a pessoa subitamente desenvolve dor de garganta com ou sem outros sintomas associados. Pode ser de origem viral ou bacteriana. "É importantíssimo diferenciarmos as virais das bacterianas, pois as virais são mais frequentes e o uso do antibiótico em um processo viral não é recomendável. O antibiótico tem efeito somente nas inflamações bacterianas. Quanto mais usarmos antibióticos para tratar processos virais, mais as bactérias se tornam resistentes, e menos benefício teremos quando realmente precisarmos dos antibióticos", explica Luthiana.

As amigdalites virais normalmente ocorrem com vários outros sintomas além da dor de garganta. Pode haver tosse, rouquidão, diarreia, congestão nasal, secreção nasal e ocular (conjuntivite), febre e mal-estar geral. É comum a pessoa com amigdalite viral referir que já estava "gripada" alguns dias antes de iniciar a dor de garganta.

Existe um tipo de infecção viral que acomete as amígdalas, além de outras regiões do corpo, que se chama mononucleose infecciosa. O quadro clínico é um pouco diferente do quadro das outras amigdalites virais. A duração dos sintomas é mais longa, pode haver alteração da função e aumento do tamanho do fígado e do baço e há aumento dos gânglios do corpo, principalmente da região do pescoço.

As amigdalites bacterianas variam de uma dor de garganta e mal-estar moderado (quase a metade dos casos) a dor de garganta intensa, dificuldade para engolir e para falar e febre alta (acima de 38,5 graus). Não é comum a tosse, a secreção nasal e/ou a congestão nasal nas amigdalites bacterianas. Em crianças pode haver náuseas, vômitos, dor de cabeça, dor de barriga, cólicas abdominais e desidratação.

A amigdalite caseosa é um tipo de amigdalite crônica, portanto tem instalação lenta e insidiosa.

As amígdalas possuem em sua anatomia reentrâncias chamadas criptas. O alimento, ao passar pelas amígdalas, acaba depositando algum resto nessas criptas. Em algumas pessoas passa por um processo com fermentação em que o cáseo é formado. Cáseos são massas viscosas de odor forte e desagradável que lembram uma bolinha de queijo (caseum em latim significa queijo). Pessoas com amigdalite caseosa podem apresentar sensação de desconforto ou irritação frequente na garganta, mau hálito e sensação de corpo estranho na garganta.

Segundo a otorrinolaringologista, as principais amigdalites são as agudas virais (em torno de 70%) e, menos comumente, as agudas bacterianas. A transmissão dos vírus (inclusive o da mononucleose) e da principal bactéria causadora de amigdalite (Streptococcus pyogenes do grupo A) ocorre através de gotículas de saliva, de pessoa para pessoa. Ambientes confinados com contato muito próximo entre as pessoas, como creches, escolas e quartéis, favorecem a transmissão da doença. Ocorre mais em crianças e adolescentes e nos meses de inverno e primavera. "Quanto menor a criança, maior é a probabilidade da doença ser viral. Apenas 2% a 2,5% das amigdalites agudas nas crianças abaixo de 5 anos de idade são bacterianas", diz ela.

Algumas pessoas apresentam infecções de garganta frequentes, principalmente aquelas com fatores de risco ambiental (crianças e adolescentes que frequentam ambientes com aglomerações).

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