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Quais as causas?

Existem diversas teorias para explicar o desenvolvimento dos leiomiomas no útero. A mais aceita propõe que ocorra perda da regulação do crescimento celular miometrial por mutações somáticas que levam ao desenvolvimento do nódulo leiomiomatoso.

Múltiplos fatores estão envolvidos no desenvolvimento e crescimento dos leiomiomas, tanto genéticos como hormonais, além da interação complexa com fatores de crescimento.

O estrógeno e a progesterona estão especialmente relacionados com o crescimento desses tumores. Observa-se maior concentração estrogênica, além de maior expressão de receptores para esses dois hormônios nos nódulos miomatosos. Os efeitos mitogênicos do estrógeno são mediados por outros fatores e seus receptores. Existem evidências de que o estrógeno estimule os receptores de progesterona, o fator epidermal de crescimento (EGF) e o fator insulínico de crescimento (IGF I).

Algumas anomalias cromossômicas foram observadas em cerca de 40% dos nódulos leiomiomatosos, sendo a supressão do cromossomo 7 a mais frequente. Diversas peculiaridades genéticas, bem como observações de superexpressão da enzima citocromo p450 aromatase nos nódulos leiomiomatosos, devem ser mais bem elucidadas.

 

Quais os sintomas?

A maioria das mulheres portadoras de leiomiomas uterinos são assintomáticas, tendo seu diagnóstico feito apenas como achado de exame de rotina. Quando provocam sintomas, normalmente levam a alterações do ciclo menstrual, algia pélvica, aumento do volume abdominal, dispareunia de profundidade e, por compressão das estruturas vizinhas ao útero, polaciúria, tenesmo ou constipação intestinal, além de infertilidade.

Os distúrbios menstruais, como ciclos hipermenorréicos, menorragia e metrorragia, são os sintomas mais comuns, estando presentes em 30 a 60% das pacientes. São causados por alterações da vascularização peritumoral, além do aumento da superfície endometrial.

A dor pélvica aparece como segundo sintoma mais freqüente, presente em cerca de 30 a 50% dos casos. É atribuída a maior atividade espasmódica do miométrio, levando à cólica ou ainda, pelo aumento do volume uterino, podendo causar sensação de peso no baixo-ventre.

Infertilidade é outro componente do quadro clínico associado ao leiomioma do útero, porém como único fator causador é raro. Segundo Marshall, o risco relativo de infertilidade é de 1,28%? em comparação com mulheres não portadoras de leiomioma. Estima-se que abortos ou complicações durante a gestação ocorram em cerca de 10% dos casos. No entanto, diante da possibilidade de fertilizações assistidas, o tratamento do leiomioma uterino deve ser considerado, aumentando o sucesso desse tipo de procedimento.

Os leiomiomas volumosos podem levar ao aumento do volume abdominal, mimetizando gestações, inclusive com os sintomas clássicos de dispnéia de decúbito, entre outros.

Os sintomas causados pelos miomas estão mais relacionados aos locais de desenvolvimento que ao seu volume, tendo nódulos pequenos apresentando grandes sintomatologias e outros maiores não provocando sintomas.

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