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Alguns fatos

A obesidade é definida por índice de massa corporal (IMC) maior do que 30 kg/m2. Existem outras definições mais precisas, mas a que você vai encontrar por aí é essa.

Como se calcula o IMC? Fácil: divida seu peso em quilogramas por sua altura em metros. O resultado que você obtiver deve ser novamente dividido por sua altura, em metros. Olha só:

IMC= P (kg)

A2 (m2)

Veja, na tabela abaixo, as faixas de corte para o IMC.

 

Classificação para adultos, de acordo com o IMC

 

IMC Categoria Risco para a saúde
Entre 18,5 e 24,99 kg/m2 Normalidade Médio
Entre 25 e 29,99 kg/m2 Sobrepeso Aumentado
Entre 30 e 34,99 kg/m2 Obeso Classe I Moderado
Entre 35 e 39,99 kg/m2 Obeso Classe II Grave
≥ 40 kg/m2 Obeso Classe III Muito grave

 

Antes de você ligar a calculadora de seu computador para saber em qual faixa você está, vale lembrar que esse índice não fala de você, e sim de todos os indivíduos que, casualmente, têm o mesmo IMC: esses indivíduos são de ambos os sexos, de várias etnias, de várias idades, têm várias distribuições de gordura e têm um número maior ou menor de doenças associadas. Dá para perceber que essa é uma população que tem muito mais diferenças do que semelhanças entre si.

O IMC não uniformiza ninguém! Sua composição corporal e seu status médico não são avaliados por essa conta! Existem pessoas com IMC menor do que 30 que têm alto risco de saúde associado ao peso e pessoas com IMC maior do que 30 em que o risco não é tão alto assim.

O risco que determinado IMC apresenta se refere a uma média e não a uma pessoa. Isso significa que a avaliação precisa sobre sua saúde e sobre as condutas que devem ser tomadas para melhorá-la deve ser feita por um profissional ou por uma equipe de profissionais.

Outro ponto relevante é o uso indiscriminado e indecente de remédios para emagrecer e de outras panaceias parecidas no nosso país. Assim, seguem algumas dicas pessoais:

 

Fuja de fórmulas mágicas!

Fuja (de novo!) de promessas sedutoras e simples (“Tome um suquinho e perca 200 kg”).

Fuja (!!!!) da repetição de coisas que você sabe que não dão certo.

“Não tenho como saber qual coisa não dará certo.”

Vou provar que você sabe, sim, quais são elas e, principalmente, como elas são “vendidas”. Talvez você só não queira saber — porque é um balde de água gelada — e aí, cai de novo nestas velhas armadilhas. Mas veja só se não tenho razão:

 

• Você já ouviu falar que a obesidade está crescendo alarmantemente no mundo, não?

• Se já ouviu falar disso, como esse fato se encaixa (de um modo lógico, por favor) no fato de que há uma IMENSA quantidade de coisas/truques/fórmulas que prometem acabar com ela “em 2 semanas” e sem sofrimento?

• A resposta é óbvia, caro leitor e cara leitora: esses dois fatos não se encaixam! Um deles não pode existir se o outro for real. Assim, ou a obesidade está diminuindo no mundo ou essas promessas são vazias e devem ser evitadas. Dessas hipóteses, adivinha qual é a falsa? Se não adivinhou, deixe-me dizer que a obesidade está, sim, crescendo de modo alarmante no mundo. Pode checar no sítio da Organização Mundial da Saúde (http://www.who.int/topics/obesity/en/index.html)!

O tratamento da obesidade é crônico, árduo e requer sacrifícios para que se obtenham resultados nem sempre ótimos do ponto de vista estético. Mas, como disse acima, ótimos para a sua saúde.

Pior ainda: um efeito colateral dessas promessas miraculosas é reforçar o preconceito de que falamos antes; se é fácil emagrecer e ficar magro, por que os obesos não fazem isso? Só pode ser porque eles são desleixados, burros, egoístas, sujos e etc. Claro que esse raciocínio é falso, mas, se você acreditar nas promessas, ele passa a parecer verdadeiro...

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