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 Por que o mau hálito e outros problemas bucais podem ser um indício de diabetes descontrolado?

Ocorre que um diabetes descontrolado, ainda mais naqueles pacientes com tempo maior de descontrole, interfere em diversas etapas da fisiologia bucal. A alteração de fluxo salivar e o aumento da viscosidade salivar diminuem a defesa primária da boca às infecções. A saliva do diabético tem menor ação protetora aos tecidos gengivais e aos dentes. Possui menor capacidade de tamponar as alterações de pH (grau de acidez) salivar e seu fluxo está reduzido.

A presença de imunoglobulinas está alterada e a flora bacteriana bucal está afetada. As gengivas possuem alterações da sua microvasculatura, com espessamento das arteríolas locais. Há diferentes prostaglandinas nesses tecidos, que interferem na capacidade de resposta inflamatória da gengiva. Há diminuição na capacidade de resposta dos Polimorfonucleares Neutrófilos (células primárias de defesa), que se apresentam de maneira lentificada.

Os diabéticos podem ainda apresentar diferenças nas concentrações de proteínas plasmáticas e essas proteínas podem estar ligadas a moléculas de glicose. Ainda sobre este substrato de alterações, existe a diminuição da capacidade de coagulação e a velocidade de cicatrização geralmente apresenta-se comprometida. A associação desses fatores propicia uma situação ideal para instalação de doenças e o aparecimento de problemas bucais e mau hálito.

Há também o hálito característico do diabético descontrolado. Não se trata especificamente de mau hálito, mas de um hálito de característica frutado chamado de hálito cetônico. A dificuldade de transporte da glicose para a região intra-celular faz com que sub-produtos cetonas sejam produzidos nestas células e posteriormente excretados por diversas vias, entre elas a pulmonar, o que transfere à saliva o caractere cetônico de odor.

 O diabético deve avisar que é diabético ao ir ao dentista?

Sim, pois o paciente diabético necessita de atenção especial, tanto do ponto de vista preventivo, com medidas a evitar as complicações locais do diabetes, como também na realização de tratamentos e prescrição de drogas. A atenção ao tratamento inicia-se no horário de escolha de atendimento ao paciente e deve contemplar o regime de medicação do doente, em especial à insulinoterapia.

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