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Qual a porcentagem de adolescentes acometidos por varicocele? É maior que em adultos?

A varicocele surge no início da adolescência, dos 10 aos 12 anos de idade, e aos 16 anos atinge a mesma prevalência da fase adulta.

Há vários relatos na literatura médica indicando que a varicocele surge peripubertalmente. Em publicação de Oster em 1971, foram examinados 1072 dinamarqueses com idade de 6 a 19 anos. Não foi observada varicocele em 188 indivíduos da faixa etária de 6 a 9 anos de idade. Enquanto que a prevalência de varicocele esquerda em 837 alunos de 10 a 19 anos foi de 16,2%. Houve aumento uniforme da prevalência de varicocele de 5,7% nos adolescentes com 10 anos de idade até 19,3% nos adolescentes com 14 anos de idade.

Em outra publicação de Akbay e colaboradores em 2000, foram avaliados 4052 meninos com idade entre 2 e 19 anos. A prevalência total de varicocele foi de 7,2%. A prevalência de acordo com a faixa etária foi: de 2 a 6 anos de idade, 0,79%; de 7 a 10 anos, 0,96%; de 11 a 14 anos, 7,8% e de 15 a 19 anos, 14,1%. Nesta última faixa etária, a prevalência se aproximou àquela do adulto.

A prevalência crescente da varicocele, com o decorrer da adolescência, parece relacionar-se às mudanças corporais próprias dessa fase. A massa testicular aumenta significantemente com o correspondente aumento do fluxo sanguíneo, que revela a anormalidade venosa associada à varicocele.

 

Há tratamento?

Quando a varicocele for identificada, deve ser realizada avaliação médica por urologista e, dependendo de cada caso, outros exames complementares podem ser solicitados, como: espermograma, dosagens de hormônios no sangue, ultrassom e outros.

O objetivo do diagnóstico, da avaliação da fertilidade e do tratamento dos adolescentes com varicocele é prevenir a infertilidade masculina que possa ocorrer no futuro.

Adolescentes sem hipotrofia testicular e homens solteiros com parâmetros seminais normais com varicocele podem ser acompanhados através de consulta médica e espermogramas, quando possível, periodicamente, a cada 6 ou 12 meses.

Os pacientes com queixa de dor escrotal podem utilizar terapia sintomática, suspensório escrotal e analgésicos, e ser acompanhados periodicamente.

A avaliação da fertilidade no adolescente é mais incerta. Não se utilizam normalmente as mesmas padronizações do adulto. A solicitação do espermograma pode ser inadequada, pelo fato de se lidar com o adolescente com a sexualidade em pleno desenvolvimento, pois o esperma (sêmen), para ser analisado, deve ser normalmente colhido por masturbação e isso pode causar constrangimento ao adolescente ou aos pais.

Recomenda-se que, após a orientação do adolescente e dos pais ou dos responsáveis, em caso de concordância de todos, haja uma autorização por escrito por parte dos pais ou dos responsáveis para a realização do espermograma. Outro fato que limita a avaliação do potencial de fertilidade desse exame é que o sistema reprodutor ainda está em pleno desenvolvimento tanto em relação ao seu funcionamento quanto à sua formação.

Assim, muitas vezes, a avaliação do comprometimento da fertilidade se restringe à constatação da diminuição do volume testicular associada à assimetria significativa entre os testículos, quando se compara o volume de um testículo em relação ao contralateral. A presença de assimetria testicular significante pode indicar o tratamento cirúrgico da varicocele.

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