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Atualmente cerca de até 5% dos testes podem apresentar resultados inconclusivos, sendo necessário coletar uma segunda amostra de sangue para a obtenção do resultado definitivo. Os resultados inconclusivos estão relacionados a fatores que podem influenciar o resultado do teste ou mesmo dificultar sua interpretação. São eles:

 1. Gravidez Gemelar

Gêmeos univitelinos (idênticos): o resultado é válido para ambos.

Gêmeos fraternos (mais de uma placenta): Se o resultado do teste for masculino, significa que pelo menos um dos gêmeos é do sexo masculino. Se o resultado do teste for feminino, significa que ambas as gêmeas são do sexo feminino.

 2. Abortamento subclínico

Se o resultado for sexo masculino e posteriormente for constatado que o feto é do sexo feminino, existem algumas possibilidades. Em primeiro lugar deve-se considerar a possibilidade de ter ocorrido gestações múltiplas, com dois ou mais embriões, decorrente de processo de hiperovulação ou de fertilização in vitro. Nestes casos pode ocorrer a morte de um dos embriões e ser detectado o seu DNA no teste. O DNA do feto abortado pode ser detectado no sangue materno por até duas semanas após o aborto. Se o feto abortado for do sexo masculino, fica esclarecida a inconsistência entre o resultado do teste molecular e o verdadeiro sexo do feto sobrevivente. Em segundo lugar deve-se considerar a eventualidade de a mãe ter recebido transfusão sanguínea ou ter recebido transplante de órgão com doador do sexo masculino.

 3. Causa desconhecida

O teste fornece resultado de sexo feminino e, posteriormente, verifica-se que o feto é do sexo masculino. Esta discrepância pode ser explicada pelo limite de sensibilidade do teste. Significa que havia na circulação materna quantidade tão pequena de DNA masculino que não pode ser detectada pela sonda molecular e, pelo critério de interpretação do teste, ausência de DNA masculino indica que o feto é do sexo feminino. É por esta razão que o exame deve ser realizado entre a oitava e a décima semana de gestação, quando existe uma significativa quantidade de DNA fetal na circulação materna.

O tamanho do feto e a vascularização placentária influenciam diretamente a quantidade de DNA fetal no sangue materno.

É importante ressaltar que o teste é muito seguro e que os erros são raríssimos. Algumas vezes podem existir divergência entre os resultados do teste de sexagem fetal e o resultado da ultrassonografia (USG) e, segundo a experiência acumulada em vários serviços, o índice de acerto do teste molecular é superior ao da USG.

Para a realização do exame são coletados 10 ml de sangue em tubo a vácuo com anticoagulante EDTA. A gestante deve preencher um questionário com informações relevantes para a interpretação do exame e assinar um termo de consentimento no qual ela concorda com os termos e limitações do método.

 

Referências

 

1. Levi, JE., Wendel, S., Takaoka, DT. (2003). Determinação Pré-natal do Sexo Fetal por meio da Análise de DNA no Plasma Materno. Rev Bras de Ginec e Obst. 25(9): 687-690

2. Chan, KCA., Zhang, J., Hui, BYA., Wong, N., Lau, TK., Leung, TN., Lo, KW., Huang, DWS., and Lo, YMD. (2003) Size Distributions of Maternal and Fetal DNA in Maternal Plasma. Clinical Chemistry 50:1 88–92 (2004) K.C. Allen

3. Jimenez, DF., Tarantal, AF. (2003). Quantitative analisis of male fetal DNA in maternal blood serum of gravid rhesus monkeys (macaca mulata). Pediatr Res Vol. 53(1):18-23.

4. Bianchi, DW. and Romero, R. (2003). Biological implications of bi-directional fetomaternal cell traffic: a summary of a National Institute of Child Health and Human Development-sponsored conference. The Journal of Maternal–Fetal and Neonatal Medicine 2003;14:123– 129.

 

 

Dr. Nelcivone Soares de Melo é Médico hematologista e patologista clínico da DASA / Lavoisier Medicina Diagnóstica.

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