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Por que é importante conversar sobre sexualidade nessa fase?

A sexualidade é um aspecto inerente à personalidade humana, que está presente em nós desde o momento do nascimento até a morte. A sexualidade é a expressão do desejo, da escolha, do amor e da comunicação com o mundo e com o outro. Sendo assim, é imprescindível “conversar sobre sexualidade”, não apenas na adolescência, mas ao longo das diferentes etapas da vida, desde a infância até quando se viver.

A sexualidade é dinâmica, não está e nem fica pronta. Portanto, na educação para o amor e para a sexualidade, o papel da família é primordial, é uma tarefa impossível de terceirizar.

Cabe ressaltar que não existem respostas únicas ou verdades absolutas quando conversamos sobre sexualidade. As respostas são individuais e transcendem o ato de ensinar, envolvendo afeto e qualidade nos relacionamentos. O diálogo deve fluir naturalmente e as respostas devem ser claras, simples, seguras, honestas e objetivas, visando despertar no adolescente a reflexão.

Quando se conversa sobre sexualidade com crianças ou adolescentes, é fundamental compreender que só se pode responder ao outro quando se tem uma resposta para si mesmo. Se o adulto nunca parou para pensar o que aquilo significa para ele, certamente não será capaz de acolher as dúvidas e angústias trazidas pelo adolescente.

Não existe uma “receita pronta” de como proceder, o que falar ou como responder. No que se refere à sexualidade, como em tudo na vida, uma dose equilibrada de autoridade, afetividade e bom-senso na imposição de limites são ingredientes indispensáveis no processo educativo, assim como nas relações interpessoais.

 

Os jovens têm despertado mais cedo para a vida sexual?

Não existem dados estatísticos precisos sobre a idade e o início da vida sexual ativa entre adolescentes. Porém, um estudo coordenado pela UNESCO em 2008 mostra que no Brasil dois de cada três adolescentes têm a primeira relação sexual antes de completar 16 anos. Outra constatação que confirma o fato dos jovens iniciarem a vida sexual cada vez mais cedo é o número de gravidezes de garotas entre 10 e 14 anos, que vem aumentando a cada ano.

A mídia também tem uma parcela de responsabilidade por estimular a sexualidade sem vincular os aspectos preventivos e afetivos que envolvem esta questão.

Cada vez mais, as famílias estão distantes, é visível a falta de diálogo, a orientação e noção de limite para os jovens. Sem contar que é inerente a este grupo a invulnerabilidade e o pensamento mágico: “A gravidez só acontece com a outra”; “Eu não vou pegar nenhuma DST”; “Eu posso tudo”.

Faz-se necessário abrir espaços para conversas francas com os jovens, tanto em casa quanto nas escolas, igrejas, clubes e demais instituições. Os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos e participar mais de perto da vida deles, compartilhando suas angústias e anseios, podendo assim orientá-los e acolhê-los de forma mais segura.

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