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Outro grande vilão dessa data comemorativa é o chocolate, pois as pessoas não se contentam em consumir pequenas quantidades, e o excesso pode levar ao ganho de peso e ao descontrole glicêmico.

Graças a vários estudos, desde 1994 a ADA (American Diabetes Association) demonstra que a sacarose, desde que substituída por outro carboidrato, não aumenta a glicemia mais do que qualquer outro carboidrato. Assim sendo, dentro de um contexto saudável, o chocolate pode, sim, ser inserido no plano alimentar de quem tem diabetes.

Os chocolates, principalmente o amargo (que contenha acima de 70% de cacau), têm mostrado favoráveis associações metabólicas, uma vez que possuem catequinas e polifenóis e estão associados a uma melhora da pressão arterial. E, além disso, várias pesquisas mostram a boa relação da ingestão de chocolate amargo no controle do colesterol. Outro benefício seria o alto teor de teobromina, um fitoquímico responsável por aumentar a vasodilatação, diminuindo os riscos de entupimento de artérias. Além disso, os chocolates agem como estimulante assim como a cafeína, ativando o sistema nervoso central.

Em contrapartida, os chocolates brancos devem ser evitados, pois são compostos praticamente por manteiga de cacau e gordura hidrogenada. Para verificar a qualidade do chocolate que você vai comprar, olhe a lista de ingredientes descrita no produto, verifique se o primeiro ingrediente é o cacau, e evite aqueles que têm como primeiro ingrediente o açúcar ou manteiga de cacau, pois a descrição dos ingredientes começa pelo que tem em maior quantidade no produto. Para saber se o chocolate está dentro do que consideramos saudável, verifique também a quantidade total de gordura. O saudável é que a cada 15 gramas de carboidrato o alimento contenha até 5 g de gordura total. Não são raras as vezes que o chocolate diet tem maior quantidade de gordura quando comparado ao chocolate comum. Outro ponto a ser avaliado é que a glicemia após a grande ingestão de gorduras pode elevar-se após 3-5 horas.

O chocolate amargo com castanha também é uma boa opção, uma vez que fornece gordura boa e proteínas, juntamente com os compostos do chocolate. Evite os chocolates e ovos recheados com trufas e outros cremes, pois contêm muita gordura (creme de leite) e grande concentração de açúcar, pelo fato da maioria ser elaborada com chocolates hidrogenados e ao leite.

Outro ponto muito importante é comparar os rótulos do chocolate comum e diet. Aqueles com menor quantidade de carboidrato poderão ter menor efeito na glicemia, desde que consumidos em quantidades equivalentes.

Tome cuidado com o horário de consumo, tente encaixar a porção de seu ovo de Páscoa no seu plano alimentar, respeitando horários e quantidades. Dessa forma, você estará mantendo a glicemia dentro do normal e também mantendo seu peso. E em partes, por exemplo, 30 gramas de chocolate ao leite comum, equivalem em termos de carboidrato a uma fatia de pão com margarina.

DIVIDA os ovos de Páscoa com sua família, eles não precisam ser consumidos de uma só vez. Uma dica na hora de abrir os ovos de Páscoa: quebre-os em pedaços pequenos e guarde em pequenas porções nos potinhos. Assim evitamos atacar o ovo de Páscoa inteiro, limitando-nos a comer um pedaço já porcionado ao dia.

Sempre que tiver dúvidas, procure um profissional nutricionista e converse com seu médico. O esclarecimento delas proporcionará um melhor controle glicêmico e consequentemente uma melhor qualidade de vida.

 

Tatiana Prata Pires de Oliveira é nutricionista, CRN-3: 30577/P, graduada pela PUC Campinas e pós-graduada em Nutrição Clínica-Metabolismo, Prática e Terapia Nutricional pela Universidade Gama Filho (UGF).

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