Índice deste artigo:

A cardiologista criou o PAF (Programa de Assistência ao Fumante), um programa que visa estimular os médicos a tratar os pacientes com a metodologia adequada. "A taxa de sucesso, após 52 semanas sem fumar, chega a 55% em alguns grupos", explica ela.

Segundo a cardiologista, o PAF diagnostica com mais precisão o grau de dependência do fumante, com base em relatos dos pacientes e também em dois testes de dependência. Um deles, o Fagerström, é feito por todos os fumantes. Se o grau de dependência der moderado ou alta dependência, se faz necessário o uso de tratamento médico. Porém, o que a cardiologista salienta aqui é que, com a proibição de fumar em locais fechados e o fato da pessoa estar ocasionalmente doente, pode haver redução do consumo de tabaco e isso "falsear" o resultado do teste de Fagerström. Por isso, o que ela indica, se o resultado for "Baixa dependência", é fazer a avaliação do consumo de tabaco situacional. "Muitas pessoas pensam que o grau de dependência está relacionado ao número de cigarros consumidos por dia, mas nem sempre; algumas pessoas fumam pouco, mas mesmo assim são muito dependentes do cigarro, precisam fumar para ter concentração, por exemplo. Nos métodos tradicionais, esses fumantes não são considerados tão dependentes e, por isso, vão receber um tratamento que pode não ser tão eficaz", explica Jaqueline. O que é importante, segundo ela, é perceber no paciente se a pessoa fuma por prazer, para aumentar a concentração, por hábito ou por qualquer outro motivo.

O programa também quantifica a intensidade do desconforto causado pelos sintomas da abstinência, que normalmente estão relacionados à irritabilidade, ansiedade e humor depressivo. "Temos uma escala para quantificar isso e então decidirmos o que fazer, já que esses sintomas são importantes e podem levar o fumante a desistir do tratamento e voltar a fumar. O ideal é fazer com que o fumante pare de fumar e se adapte à nova vida, para que não tenha recaídas", diz ela.

Publicidade