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Qual é a abordagem da psicologia no tratamento do problema?

A adição ao trabalho ainda não é reconhecida como uma doença ocupacional. Quando a pessoa procura algum tipo de atendimento, geralmente médico, devido a algum agravo de natureza física, tem dificuldade em aceitar que exista relação entre o excesso e compulsão pelo trabalho e o atual adoecimento apresentado. Assim, uma das primeiras ações em termos de tratamento é o processo de conscientização sobre o comportamento aditivo para uma posterior intervenção psicológica na linha cognitivo-comportamental para mudanças de crenças e expectativas relacionadas ao trabalho e estilo de vida, que incluam a volta ou inclusão de atividades sociais e de lazer.

 

Quais são as principais recomendações que devem ser dadas à família?

A família pode desempenhar um importante papel na prevenção e na recuperação da adição ao trabalho. Preventivamente, é importante a família ter na agenda de diálogo o significado e a real dimensão do trabalho e ganhos para a dinâmica e manutenção familiar. Também deve estabelecer e fortalecer os papéis familiares com claros limites entre estes e atividades e responsabilidades laborais. É importante que a família aponte o comportamento sem limite e a invasão crescente do trabalho na vida e no espaço familiar. Em termos de recuperação, a família pode auxiliar participando de ações que visem a mudança de hábitos e estilo de vida, colocando na agenda familiar atividades conjuntas e prazerosas.

 

 

Dra. Mary Sandra Carlotto é psicóloga formada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. É especialista em Gestão de Recursos Humanos, mestre em Saúde Coletiva e doutora em Psicologia Social. É Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Saúde Ocupacional (GPPSO/PUCRS).

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