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O problema está no usuário

A tecnologia é apenas uma ferramenta que reproduz aquilo que o homem deseja e, por si só, não é capaz de fazer alguém se viciar. Dessa forma, a questão é muito mais psicológica, pois o comportamento aparece quando algo na vida da pessoa não vai bem e a internet funciona como uma válvula de escape.

"Pode ser um jeito de fugir dos problemas ou ainda uma tentativa de ser on-line alguém que realmente não se consegue ser fora do ambiente virtual. Existem ainda aqueles que encontram na internet a possibilidade de canalizar outros comportamentos aditivos, como o vício em sexo, ou ainda ser colecionador de algo", lembra Luciana.

Assim que é identificado, o vício em tecnologia pode ser tratado como qualquer outro. Porém, é fundamental entender que o comportamento é apenas um sintoma a mais, algo que nos diz sobre alguma coisa na vida ou na própria pessoa que não vai bem e está precisando ser olhada e cuidada. E, se já chegou ao ponto de vício, é preciso buscar ajuda externa, preferencialmente de um psicólogo.

"Nesse caso, a terapia ajuda o sujeito a se conhecer melhor, entender por que esse uso vem sendo feito, além de ajudar a pessoa a buscar alternativas e saídas para essas questões. Não se pode, nos dias de hoje, pensar em viver sem tecnologia, então a intenção no cuidado é fazer uma modulação desse uso para que ele se torne mais produtivo, com menor duração ou menos prejuízos", explica a especialista.

 

 

Luciana Ruffo, psicóloga mestranda pela USP, formada pela Universidade Paulista em 1997, atua em consultório com adolescentes e adultos. É pesquisadora do LEFE/PSA/IP da USP. Pós-graduada em dependência química pela UNIFESP, estuda fenômenos que envolvem compulsões e seus usos desde 2002. Psicóloga do NPPI (Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática) da PUC-SP desde 2002. Supervisora de atendimento em Plantão Psicológico e em Orientação Via Internet. Trabalhou com orientação profissional on-line para grandes empresas. Autora de capítulos dos livros Psicologia e informática: O ser humano diante das novas tecnologias e Relacionamentos na era digital. Professora do curso virtual de psicologia e informática da PUC - COGEAE. Coordenadora do site www.psicologosdainternet.com.br

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