Índice deste artigo:

palmito-botulismo

Na última semana, o caso de uma família do interior paulista ganhou destaque na imprensa nacional após uma crise de botulismo decorrente da ingestão de uma mortadela que estaria supostamente estragada. Após serem internados na UTI da Santa Casa de Santa Fé do Sul (SP), pai, mãe e dois filhos tiveram alta na quarta-feira (22), mas ainda seguem em observação em seus quartos.

Para que a vida da família fosse salva, uma verdadeira operação foi organizada pelas autoridades médicas locais. Como o soro que combate o botulismo não estava disponível na cidade, foi necessário mobilizar o grupamento aéreo da Polícia Militar de São Paulo para que fosse feito o transporte do remédio da capital para o interior. Caso não chegasse a tempo, a falta da medicação poderia provocar até mesmo a morte.

O botulismo é uma forma de intoxicação alimentar rara. A doença é causada pela toxina produzida por uma bactéria presente no solo e em alimentos contaminados e mal conservados.

"Essa bactéria produz uma potente toxina, a toxina botulínica, que se dissemina para todo o organismo e age paralisando uma série de músculos. Acontece primeiro uma paralisia da musculatura dos olhos, que podem ficar caídos e causar visão dupla, além de dificuldades na deglutição e locomoção. Em um estágio mais avançado, pode ocorrer comprometimento da musculatura respiratória, com consequente parada respiratória e até mesmo óbito", explica o médico infectologista da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, Alexandre Naime Barbosa.

Ao apresentar alguns desses sintomas, o paciente deve procurar um médico o mais rápido possível, já que se trata de uma questão de urgência médica. De acordo com Barbosa, a demora no atendimento e administração do soro botulínico, além de levar à morte em estágios avançados, pode provocar graves sequelas motoras, como paralisias.

Publicidade