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Leucemia Crônica e AgudaLeucemia Crônica

A leucemia crônica envolve um supercrescimento de células sanguíneas maduras, mas as células doentes ainda mantêm parte de sua função. Costumam ser assintomáticas por muitos anos, sendo identificadas nas consultas de rotina através do exame físico e do hemograma. No exame físico pode-se descobrir que o baço, o fígado ou linfonodos (também conhecidos como gânglios linfáticos, que são órgãos que consistem de vários tipos de células e são parte do sistema linfático) estão com tamanho aumentado. Na análise do hemograma, pode-se encontrar leucocitose (aumento dos glóbulos brancos), em geral com valores acima de 30 mil.

Se forem os linfócitos que se apresentam aumentados (>5.000mm3), provavelmente trata-se de uma Leucemia Linfoide Crônica (LLC). A idade mediana de apresentação é 65 anos. Menos de 30% dos casos são encontrados em menores de 60 anos. A imunofenotipagem identifica linfócitos maduros clonais (idênticos e resultantes de proliferação anormal), a citogenética e testes moleculares ajudam a determinar a agressividade da doença. Atualmente é classificada e tratada como linfoma indolente.

Se forem os neutrófilos (porção do sangue responsável pela imunidade do organismo) que estiverem em maior número, considera-se a hipótese de Leucemia Mieloide Crônica (LMC). A LMC apresenta uma fase inicial, a fase crônica, que, se não tratada, evolui espontaneamente para crise blástica, em que o predomínio de blastos leva a sintomas semelhantes aos da leucemia aguda. A idade mediana de apresentação é 50 anos, embora estudos nacionais tenham mostrado que, no Brasil, é 10 anos mais jovem. A citogenética identifica o cromossomo Philadelphia (Ph), uma anormalidade citogenética adquirida que resulta na t(9;22) – lê-se translocação entre os cromossomos 9 e 22 –, formando o rearranjo gênico BCR-ABL. O tratamento é específico. Os inibidores de tirosinoquinase (TKI) são direcionados às alterações provocadas pelo gene de fusão BCR-ABL e levam à morte rápida das células Ph positivas, com poucos efeitos tóxicos nas células normais. Esse tipo de terapia ficou conhecido como terapia de alvo e vários estudos estão em andamento para que terapias direcionadas às alterações moleculares possam ser desenvolvidas para outros tipos de câncer.

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