Leucemia Crônica e Aguda: compreenda os aspectos dos tipos de leucemia

Leucemia Aguda

Nos casos de leucemias agudas, tanto linfoide quanto mieloide, o supercrescimento de células muito imaturas do sangue (blastos) leva à substituição da medula, de forma rápida. Nessa condição pode não haver glóbulos suficientemente maduros. Devido à anemia (queda da hemoglobina), o paciente apresenta fraqueza, mal-estar geral, palidez, fadiga, palpitações e falta de ar. Febre e infecções aparecem em função da diminuição dos granulócitos normais (células brancas responsáveis pela primeira linha de defesa do organismo). Sangramentos em mucosas, como gengivorragia (boca), epistaxe (nariz) e hemorragia conjuntival; petéquias (pontos vermelhos no corpo), equimoses (infiltração de sangue na malha dos tecidos) ou sangramento prolongado, após pequenos traumas, ocorrem devido à queda das plaquetas. Além desses sintomas, é frequente a dor nas juntas e dor óssea, resultado da expansão de blastos na medula óssea. No exame físico pode-se encontrar o baço, o fígado ou linfonodos (também conhecidos como gânglios linfáticos, que são órgãos que consistem de vários tipos de células e são parte do sistema linfático) com tamanho aumentado. A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) ocorre mais frequentemente nos indivíduos adultos, e 95% das leucemias agudas em maiores de 45 anos são desse tipo. Por outro lado, 75% dos casos de Leucemia Linfoide Aguda (LLA) ocorrem em crianças menores de 5 anos. Outro pico de menor incidência ocorre após os 60 anos de idade.

A Organização Mundial da Saúde considera como critério diagnóstico a infiltração da medula óssea por 20% ou mais de blastos. No entanto, dentre as Leucemias Mieloides Agudas (LMAs), existem as “LMAs associadas a anormalidades genéticas recorrentes” onde algumas condições podem ser classificadas como LMA, apesar da baixa contagem de blastos, desde que alterações genéticas estejam presentes.

Nas leucemias agudas o objetivo do tratamento é o de obter e manter a remissão completa, onde a medula óssea apresenta menos de 5% de blastos. Se essa remissão completa durar cinco anos, geralmente indica cura. Quando não há resposta a um ou dois cursos de tratamento, um programa de diferentes drogas pode ser usado para trazer a remissão.

Mireille Guimarães Vaz de Campos – CRM 12406 – é Médica - Hematologia e Hemoterapia.