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Diagnóstico precoce: qual é a importância?

Quanto mais precoce for o diagnóstico, menor a extensão da doença, mais fácil e eficaz o tratamento e maior a chance de cura. Em casos mais avançados, com diagnóstico tardio, o tratamento será mais agressivo, podendo causar efeitos futuros indesejáveis pelo uso das drogas utilizadas no tratamento.

O tratamento inicial dos pacientes deve ser feito com a remoção total do testículo, o que chamamos de orquiectomia radical (remoção do testículo, epidídimos e do cordão espermático, sempre feita por via inguinal), e, na mesma cirurgia, pode-se implantar próteses testiculares com excelente resultado estético.

 

Fatores como histórico familiar e tumor prévio podem ser de risco para o surgimento de câncer no local?

Quem tem parente portador de câncer de testículo é paciente considerado de alto risco, pois, se o pai teve câncer de testículo, o risco do filho é de 4 a 6 vezes maior, e se o irmão teve, o risco é de 6 a 8 vezes. O paciente que já teve câncer em um dos testículos também deve ser considerado paciente de alto risco e estes devem ser orientados para que, a qualquer anormalidade observada no testículo remanescente, procurem seu médico para afastar o diagnóstico de um novo câncer na gônada remanescente.

Normalmente, o portador de câncer de testículo é acompanhado por pelo menos 5 anos, com retornos periódicos durante este seguimento, pois pode ocorrer segundo tumor primário até 10 anos após diagnóstico inicial. O paciente será sempre considerado de risco para desenvolver a doença, que ocorre geralmente em testículos disgenéticos (com alterações na sua embriogênese) ou hipotróficos (diminuídos no seu volume). Esses pacientes costumam consultar especialistas em clínicas de infertilidade.

Outras causas importantes são pacientes que nasceram com criptorquidia (testículo que não desce para a bolsa testicular), com risco de 1,5 até 9,8 vezes; portadores de HIV; portadores da síndrome de Klinefelter (doença por erro genético na embriogênese) e diagnosticados com a sua doença precursora, chamada de TIN (doença ainda em sua fase microscópica).

Por fim, gostaria de enfatizar que a educação é um passo primordial para que se possa promover a saúde universal à população, podendo interferir no diagnóstico precoce e no maior índice de cura para qualquer tratamento de doença.

 

 

Dr. Francisco Paulo da Fonseca é graduado em medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1982), residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Municipal Cármino Caricchio, São Paulo (1984), com especialização em Urologia (1987), mestrado (1999) e doutorado (2002) em Oncologia pela Universidade de São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Urologia desde 1987, Sociedade Americana de Urologia desde 1996 e da Sociedade Europeia de Urologia desde 2011. Professor universitário da cadeira de Urologia da Faculdade de Ciências Médicas de Mogi das Cruzes, de 2001 até 2004. Trabalhou no Hospital A. C. Camargo, no Serviço de Urologia do Departamento de Cirurgia Pélvica, de 1987 até 7/2012. Experiência em urologia geral, com ênfase em câncer urológico, especialmente de próstata, bexiga, rim, testículo e pênis. Professor de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade 9 de Julho (UNINOVE), desde 23/8/2012.

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