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Qual a frequência de casos de botulismo?

Não é uma doença comum. Os casos são considerados raros. Na Argentina, no período entre 1922 a 1997, foram registrados 70 surtos da doença (um surto pode afetar mais do que uma pessoa), incidência semelhante à do oeste dos Estados Unidos. Em estudo de 2003, concluiu-se que o número de casos (ou pessoas afetadas) de botulismo, nos Estados Unidos, é menor que 200 por ano.

No Brasil, no período de 1979 a 2002, foram investigados 125 surtos suspeitos, com uma incidência de 5,2 casos por ano. Considerando uma população de mais de 170 milhões de pessoas, a incidência é rara. Os casos identificados foram de botulismo por ferimento (um deles, por causa de inflamação de dente e gengiva), porém a grande maioria foi botulismo alimentar. Desses, 77,8% foram por consumo de produto de carne suína (a maioria por consumo de conserva caseira conhecida no interior como “carne de lata”, depois por patê de fígado, também de fabricação caseira e por último, por lingüiça curada), 11,1% por conserva de palmito elaborada sem controle e os demais por outros tipos de alimentos, em geral elaborados artesanalmente, sem o devido controle. Existem casos em que o alimento não foi identificado. Foi relatado, há quase 50 anos, nos Rio Grande do Sul, casos prováveis de botulismo por consumo de conserva de sardinha, porém sem confirmação laboratorial.

Ainda no Brasil, o Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), que iniciou o programa de Botulismo em 1999, computou 15 casos de botulismo infantil até julho de 2002.

 

Como é feito o diagnóstico?

Segundo a literatura científica, o diagnóstico é sempre diferencial, uma vez que os sintomas apresentados não são causados unicamente pelo botulismo, mas também por outras doenças.

Os sintomas iniciais e os de um botulismo leve – boca seca, visão dupla ou borrada, dificuldade de fala, sensação de cansaço – são facilmente confundidos com outras doenças, que causam os mesmos sintomas e que incluem os sintomas mais severos, como por exemplo, miastenia gravis, encefalite, mielite, síndrome de Guillain-Barré e outras, porém o médico pode fazer esse diagnóstico diferencial.

A base para esse diagnóstico é o histórico do paciente (denominado de anamnese) e a avaliação de onde ocorre a interrupção do estímulo nervoso (se é no Sistema Nervoso Central ou se é em nível muscular).

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