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Qual a profilaxia?

Depende. No caso de botulismo alimentar, o importante é comprar conservas que tenham procedência garantida. As indústrias de conservas vegetais – palmito, azeitona, picles - têm processamento suficiente para isso, em especial no controle da acidificação, que é uma das formas de inibir o desenvolvimento da bactéria que produz a toxina. Produtos acidificados corretamente não favorecem o desenvolvimento dessa bactéria.

Embalagens abertas desenvolvem bolores, mesmo que imperceptíveis que mudam a condição de acidificação do produto e, com isso, favorecem o desenvolvimento da bactéria. Os produtos que tiverem suas embalagens abertas devem ser mantidos na geladeira, uma vez que a bactéria que produz a toxina botulínica precisa da temperatura ambiente para se multiplicar.

Em caso de dúvida, colocar a embalagem com o produto (em geral vidro) em banho-maria fervente por uns 15 minutos – não retirar o produto da embalagem para esse tratamento pelo calor, e observar que é melhor dar meia volta na tampa para sair o vapor. Não aspirar esse vapor. Se o produto for usado para fazer pratos quentes, como tortas, o aquecimento ficará por conta do forno. O mesmo para os patês. No caso dos produtos caseiros: a “carne de lata” tem que ser aquecida antes do consumo; os casos de botulismo que aconteceram, foi porque não aqueceram o produto, mas retiraram a carne imersa na gordura e consumiram diretamente; patês devem ser mantidos em geladeira, assim como as conservas vegetais caseiras (pequi, cebola, pepino e outros e as conservas mistas com cenoura, couve-flor, ovo de codorna e outros ingredientes).

No caso do botulismo infantil, se recomenda que não se dê mel para crianças com até um ano de idade. Algumas associações de produtores de mel em vários países colocam essa instrução na rotulagem do produto – porém, o mel não é o único “veículo” que a bactéria tem para afetar um bebê, mas é considerado como um dos “veículos” mais importantes.

No caso de botulismo por ferimento, o importante é ficar atento para os que são um pouco mais profundos (que não sejam arranhaduras na superfície da pele, pois estas não levam ao botulismo) com alguma coisa perfurante (pedra pontiaguda, prego, farpas de madeira, etc.) e cuidar dos mesmos o mais cedo possível, sob orientação, uma vez que, nesses casos, é necessária a vacinação antitetânica; o tétano também é causado por um Clostridium, o Clostridium tetani. Os dois, o botulinum e o tetani se desenvolvem nas mesmas condições. E cuidado com as afecções de dente e gengiva, sendo recomendado que se visite o dentista ao se sentir ou observar alguma inflamação.

No caso do botulismo por causa indeterminada, os cuidados assinalados para os outros, devem também ser seguidos.

 

 

Dilma Scala Gelli é Bióloga do Instituto Adolfo Lutz, Assessora nacional do Programa de Alimentos Seguros (PAS) do SENAI, SEBRAE, SENAC. Contato: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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