Índice deste artigo:

perda-gestacional

A gravidez é um momento de extrema felicidade para a grande maioria dos casais e para a família, que vê a chegada de um novo membro como um momento singular. Porém, quando a gestação é interrompida por algum motivo, toda a alegria transforma-se em tristeza profunda não apenas para a mãe, mas para todos os envolvidos.

Apesar de atingir toda a família, a perda de um bebê durante a gravidez traz marcas ainda mais profundas na gestante, que não vê o fato como uma simples perda de um feto, mas sim como um complexo fenômeno que remete a mulher a outras perdas e interrupções.

"Quando uma mulher perde um bebê, ela acaba vivenciando também uma interrupção de seus sonhos e projetos em relação à maternidade, que provavelmente vinham sendo construídos desde a sua infância. Assim, o luto vivido quando a mulher sofre uma perda gestacional equivale à perda de um bebê que vinha sendo gestado há pouco tempo, mas com o qual ela vinha sonhando há muito tempo", afirma a psicóloga e professora Miriam Tachibana.

Em sua pesquisa de mestrado, feita com mulheres que sofreram interrupção espontânea recente de gestação, Miriam observou que o luto pelo bebê vinha acompanhado da fantasia de que talvez elas não fossem capazes de gerar uma vida saudável dentro de si. Dessa forma, o sofrimento da mulher também tem relação com uma ferida narcísica, isto é, com uma sensação de impotência, como se ela não conseguisse corresponder ao imaginário social, que tanto associa a feminilidade à maternidade.

Quer saber mais sobre o luto da perda gestacional e tirar dúvidas sobre como um casal pode enfrentar a perda? Confira a entrevista completa com a especialista.

Publicidade