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Conheça alguns riscos da exposição excessiva ao telefone celular

Não é de hoje que o telefone celular tornou-se um aparelho indispensável para o dia a dia de qualquer pessoa. Quando passou a ser comercializado no Brasil, ainda na década de 90, ele era restrito apenas a quem tinha um maior poder aquisitivo, o que deixou de ser regra nos últimos anos devido aos preços cada vez mais acessíveis e ao maior poder aquisitivo dos brasileiros.

Assim como cresceu o número de aparelhos comercializados no país, aumentou também o número de pesquisas que analisam os efeitos da exposição à radiação emitida. Algumas delas sugerem, por exemplo, que o excesso no uso do celular poderia estar relacionado a doenças graves como o câncer.

Mas, afinal, usar esse tipo de dispositivo móvel é prejudicial ou não? Confira a entrevista dada ao Idmed pelo Prof. Dr. Marco Antônio Rodrigues Fernandes, do Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu-SP.

 

Existe algum risco no uso excessivo do telefone celular? Ele pode causar câncer, como sugerem alguns estudos?

Estudos recentes sugerem que a exposição prolongada e excessiva a campos eletromagnéticos pode produzir efeitos biológicos indesejáveis à saúde humana. Embora ainda não haja trabalhos que possam ter fornecido uma relação direta entre a taxa de exposição a essa faixa de radiação e a ocorrência do efeito cancerígeno, as demonstrações estatísticas induzem à possibilidade de ocorrência de risco de malignidade. Esclarece-se que esses efeitos só são produzidos quando os limites de exposição preconizados não são obedecidos.

 

Usar o celular em movimento pode ser mais prejudicial do que parado, visto que o aparelho precisa usar mais radiação para acompanhar o usuário? Ou isto é um mito?

A quantidade de radiação recebida e emitida pelo aparelho celular depende do ambiente onde se está fazendo ou recebendo a ligação e da proximidade da antena transmissora (estação radiobase – ERB). No entanto, quando este estiver se deslocando em grandes distâncias e maiores velocidades, o aparelho pode necessitar de maior radiação para localização do ponto de transmissão.

Existe uma recomendação para que o usuário nunca utilize o celular dentro de um ambiente fechado, como, por exemplo, dentro do carro, do metrô, embaixo de lajes de concreto, etc. Devido à blindagem eletromagnética oferecida pelas estruturas metálicas desses ambientes, a antena do telefone celular não terá praticamente nenhuma função e este trabalhará com a máxima quantidade de radiação possível. Assim, também não se deve usar o celular com a antena recolhida ou semipuxada. Pode-se notar que, quando se usa o celular em ambientes fechados ou com a antena recolhida, a carga de sua bateria diminui muito rapidamente, pois o aparelho está emitindo muita radiação. Este problema é mais acentuado quanto mais longe da antena transmissora estiver o aparelho.

 

E em relação ao sinal ruim, o celular emite mais radiação nesta situação? Isso pode ser prejudicial?

O circuito eletroeletrônico do aparelho celular foi projetado para identificar o sinal eletromagnético, e para isso procura a melhor potência de operação, onde não se deseja ruídos de interferência. Um sinal ruim na comunicação forçará o aparelho a usar maior intensidade de radiação. Quanto maior a quantidade de radiação à qual o usuário ficar exposto, maiores os riscos de efeitos biológicos.

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