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O uso desse tipo de medicamento pode ser arriscado, principalmente para hipertensos, cardíacos e crianças?
Sim, todo e qualquer medicamento pode apresentar efeitos adversos e deve ser utilizado sob orientação médica. Os descongestionantes nasais apresentam efeitos adversos dentro da cavidade nasal. A curto prazo, podem causar sensação de queimação e ressecamento e, a longo prazo, podem causar a rinite medicamentosa. Sistemicamente, podem ocorrer arritmias cardíacas e hipertensão arterial, náuseas, palpitações e irritabilidade.
As crianças são muito sensíveis a essas medicações, apresentando maiores chances de efeitos adversos, tanto locais quanto sistêmicos, e devem ser evitadas sempre que possível, pois podem apresentar, especialmente, alterações neurológicas. Logo, essa medicação deve ser utilizada com cautela e prescrita por médicos.
Pode haver dependência?
A ação do descongestionante nasal é através da vasoconstrição, consequentemente tornando a cavidade nasal pérvia. O tempo de ação dos descongestionantes nasais varia de acordo com a composição de cada um deles, mas normalmente são facilmente absorvidos. No entanto, essa medicação tende a causar o que chamamos de efeito vasodilatador rebote, ou seja, após determinado tempo de uso do descongestionante nasal, os vasos sanguíneos das conchas nasais irão dilatar-se numa proporção maior ao que se encontravam antes do início da obstrução nasal, gerando aumento do volume sanguíneo das conchas nasais, e consequentemente teremos a congestão nasal. O paciente que inicialmente usava a medicação uma vez ao dia, progressivamente, vai aumentando para várias, desenvolvendo-se a rinite medicamentosa. Esse tipo de rinite é desencadeado pelo uso abusivo do vasoconstritor nasal, pois após o período de ação do descongestionante nasal observa-se que a cavidade nasal retorna ao seu estado de congestão anterior ao uso da medicação, e o paciente automaticamente utilizará, inadequadamente, o descongestionante nasal. Logo, precisamos tratar o fator causal da obstrução nasal.
