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O que esse círculo vicioso do uso dos descongestionantes pode causar a longo prazo?

Na verdade, os descongestionantes nasais devem ser evitados para os pacientes com diagnóstico de hipertireoidismo (alteração na função da tireoide), hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias, insônia, zumbido, tremores ou palpitações, ou que estejam fazendo uso de antidepressivos. Essas medicações promovem a vasoconstrição, ou seja, contraem os vasos sanguíneos das conchas nasais, mas também têm absorção sistêmica, ou seja, caem na corrente sanguínea, podendo comprometer órgãos-alvo, como o coração e sistema nervoso central, agravando a hipertensão arterial, etc.

 

O uso contínuo desses medicamentos pode provocar perda de olfato e outros problemas mais graves?

Pode ocorrer a perda do olfato e até mesmo a perfuração septal (o septo corresponde à estrutura que divide a cavidade nasal em 2 narinas), comprometendo a fisiologia nasal.

 

O soro fisiológico pode ser uma alternativa aos descongestionantes ou sua ação acaba sendo muito limitada?

A melhor conduta é fazer uma avaliação com médico especialista para direcionar o tratamento para o fator causal. O soro fisiológico é uma das medidas que utilizamos, mas realmente precisa-se saber o que está obstruindo essa cavidade nasal. É uma rinite alérgica? É uma sinusite? É algum processo mecânico? Como médica otorrinolaringologista, devo chamar a atenção para o olhar dentro da cavidade nasal, que pode ser realizado através de uma simples inspeção ou até mesmo através do uso de aparelhos mais sofisticados para a realização de uma endoscopia nasal. O fato é que obstrução nasal compromete a qualidade de vida do paciente e deve ser investigada para que se alcance a melhor opção terapêutica.

 


Dra. Cristina Salles é médica formada pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública. Especialista em Otorrinolaringologia e Medicina do Sono. Mestre e Doutoranda pela Universidade Federal da Bahia. Preceptora da Residência Médica em Pneumopediatria da Universidade Federal da Bahia. Professora da graduação e pós-graduação da UNIME – União Metropolitana de Educação e Cultura.

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