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Nas nossas relações pessoais, sejam elas amorosas, erotizadas ou afetivas, é muito comum sentir ciúmes. Há pessoas que, inclusive, veem esse sentimento como positivo, pois ele seria uma prova de amor pela outra pessoa. No entanto, há também um limiar que, quando é ultrapassado, pode tornar-se doentio e trazer prejuízos a todos os envolvidos.

"O ciúme é um sentimento de angústia, medo e raiva frente à possibilidade de perder o amor para um terceiro, ou então um medo de ser preterido, excluído ou trocado por outra pessoa. Diferentemente da inveja, onde há uma relação de dois, o ciúme baseia-se em uma relação triangular em que o ciumento teme perder o alvo do seu apreço para um terceiro", define a psicóloga Simone Armentano.

Em uma circunstância normal, o ciúme representa um zelo amoroso e é encarado como um sentimento ligado ao amor. Porém, ele não se resume a isso, já que em excesso pode representar também controle, obsessão e sofrimento, além de estar ligado a uma baixa autoestima e a relações familiares conturbadas durante a fase de desenvolvimento.

"A falta de controle sobre o ciúme acontece justamente porque a pessoa realmente acredita que a origem de seus sentimentos é por um perigo real e não se dá conta de que há uma discrepância entre seu pensamento e a realidade. Em casos graves, os indivíduos tornam-se agressivos e delirantes, tendo convicções de coisas que não existem, o que requer tratamento psicoterápico e uso de medicação", explica Simone.

E como é possível perceber que esse ciúme deixou de ser algo positivo e começou a se tornar doentio? Como toda patologia, a questão central passa a ser a frequência e a intensidade do comportamento, que geram os sintomas.

"O ciúme passa a tomar uma proporção descabida em relação aos indícios reais. O indivíduo sente a necessidade extrema de controle sobre a vida do alvo do ciúme, como seguir, olhar o celular, etc. Tais pensamentos e comportamentos tomam boa parte do tempo, gerando prejuízo e sofrimento na vida do ciumento, mesmo não havendo indícios para a necessidade de preocupação real", completa a psicóloga.

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