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As provas de vestibular e de concursos públicos são momentos de tensão e que exigem muita dedicação por parte dos candidatos. Por isso, é muito comum ouvir falar de estratégias para melhorar o desempenho nos estudos, que vão desde novas didáticas até mesmo o uso de medicamentos, como os que possuem o cloridrato de metilfenidato como princípio ativo.

Conhecidos como "pílulas da inteligência" ou "drogas dos concurseiros", esses medicamentos têm como base ativa a anfetamina, droga sintética de efeito estimulante da atividade mental. Além disso, esses remédios agem diretamente no Sistema Nervoso Central e provocam uma aceleração do funcionamento mental, aumentando a liberação e o tempo de atuação dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina no cérebro, o que pode causar uma sensação de euforia e agitação.

"É válido dizer que, embora tais medicamentos sejam considerados lícitos, há outras drogas ilícitas que se assemelham a eles, como a cocaína e o ecstasy, que produzem no indivíduo a mesma sensação de euforia e agitação. Os efeitos colaterais mais comuns são insônia, falta de apetite, lentidão na coordenação motora e reflexos, irritabilidade, prejuízo de julgamentos e convulsões", explica a professora e psicóloga Fabiola Colombani.

Os medicamentos que possuem o cloridrato de metilfenidato como princípio ativo têm sido muito utilizados em diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). No entanto, como psicóloga e pesquisadora da área, Fabiola opina contrariamente ao uso excessivo da medicação.

"O TDAH é pouco delimitado e sua existência é vista com desconfiança por muitos pesquisadores. Tal transtorno vem contribuindo para o aumento de crianças que usam psicotrópicos, o que fez com que o Brasil tivesse, nos últimos anos, um ranking assustador, aparecendo como o segundo maior consumidor mundial de metilfenidatos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos", afirma.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (IDUM), houve um aumento de 2.816% na venda de remédios com o cloridrato de metilfenidato em dez anos no Brasil, passando de 71.000 caixas vendidas no ano de 2000 para 2.000.000 em 2010. Para a psicóloga, isso vem contribuindo e muito para o processo de medicalização da infância e da sociedade, transformando questões de origem social em questões médicas.

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