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Idmed: O Artigo 196 da Constituição diz: Saúde é direito de todos. É dever do Estado garantir a saúde por meio de políticas sociais e econômicas. Você acredita que o poder público tem cumprido com esse dever?

Carla: O poder público, infelizmente, não tem tido qualquer êxito na área da saúde, quer porque o repasse é insuficiente, quer porque, ocorrendo devidamente, encontra óbices burocráticos, situações que, além de afastar os profissionais da saúde da prestação de serviços públicos devido aos baixos salários e condições precárias de atuação, ainda, com relação a Campinas, impedem, por exemplo, que o Hospital Municipal Ouro Verde opere com sua capacidade total, fornecendo serviços de qualidade à população.

 

Idmed: Quais você acredita serem as maiores deficiências na área da saúde atualmente?

Carla: Com certeza, a falta de profissionais interessados na prestação de serviços à população, somada ao sucateamento das instalações e equipamentos, fatores que levam ao acúmulo de pacientes em filas de espera intermináveis, pois os profissionais são poucos para atender a demanda e, quando o fazem, em muitos casos, contam somente com a própria boa vontade frente a hospitais que sequer têm leitos adequados, medicamentos e demais materiais para o atendimento.

 

Idmed: O que é possível fazer para amenizar estas deficiências?

Carla: Acredito ser possível uma melhor análise das contas municipais e maior empenho junto ao ente público federal para que o repasse à área da saúde torne-se, no mínimo, adequado à população campineira. Além disso, imprescindível à desburocratização do trâmite, porém, com rigor na fiscalização da aplicação desse montante e rigor exemplar na punição dos desvios, abusos e subaproveitamento do dinheiro público.

 

Idmed: Em uma visita recente à Câmara Municipal, o Conselho Regional de Medicina apontou a demora no atendimento e superlotação como os maiores problemas da saúde de Campinas. O que é possível ser feito para, se não resolver, melhorar tais aspectos?

Carla: Aumento de salários, no mínimo, ao nível competitivo, para que os profissionais da área de saúde voltem a se interessar pelos concursos públicos, e, com isso, o aumento do quadro de funcionários no sistema de saúde municipal, em especial, no que tange aos postos de saúde, pois, não raro, problemas de maior complexidade acabam inchando os hospitais por deficiência no corpo clínico dos postos. Além disso, reequipação e reestruturação física das unidades de saúde básica, com especial atenção à medicina preventiva, mais barata para o município e com melhores resultados para a qualidade de vida da população.

 

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